Para além da vidraça da janela,
Aquela rosa, de um vermelho vivo,
Tão fresca e tão divinamente bela,
Lembrava um sonho, luminoso e esquivo.
Lá fora, esvoaçava,
Presa de tal encanto e de tal graça,
Uma abelha que, tonta, se chocava
Na muralha invisível da vidraça.
No jardim, a brilhar,
Brincava o sol, ao longo dos canteiros
E subia no ar
O aroma dos craveiros.
Mas a abelha, coitada, porfiava
No desejo ideal daquela rosa,
E de todas as outras desdenhosa
Sempre contra a vidraça se chocava.
Aquela rosa, de um vermelho vivo,
Tão fresca e tão divinamente bela,
Lembrava um sonho, luminoso e esquivo.
Lá fora, esvoaçava,
Presa de tal encanto e de tal graça,
Uma abelha que, tonta, se chocava
Na muralha invisível da vidraça.
No jardim, a brilhar,
Brincava o sol, ao longo dos canteiros
E subia no ar
O aroma dos craveiros.
Mas a abelha, coitada, porfiava
No desejo ideal daquela rosa,
E de todas as outras desdenhosa
Sempre contra a vidraça se chocava.
E nem sentia as asas doridas,
E nem sentia o tempo que passava.
Tivesse ela mil vidas
Que todas mil decerto ali gastava.
Enfim, passadas horas, por acaso,
Alguém abriu essa fatal janela.
-O sol aproximava-se do ocaso,
Tinha mais brilho a rosa, era mais bela_
Mas quando a pobre abelha enlouquecida,
Entrou veloz…que decepção cruel!
A tal rosa vermelha, apetecida
…era feita de seda e papel!
Muita gente, como esta abelha,
Gasta uma vida inteira, hora após hora,
Presos de uma aparência enganadora
Como a bela rosa vermelha!
E nem sentia o tempo que passava.
Tivesse ela mil vidas
Que todas mil decerto ali gastava.
Enfim, passadas horas, por acaso,
Alguém abriu essa fatal janela.
-O sol aproximava-se do ocaso,
Tinha mais brilho a rosa, era mais bela_
Mas quando a pobre abelha enlouquecida,
Entrou veloz…que decepção cruel!
A tal rosa vermelha, apetecida
…era feita de seda e papel!
Muita gente, como esta abelha,
Gasta uma vida inteira, hora após hora,
Presos de uma aparência enganadora
Como a bela rosa vermelha!