Tiago acocorou-se atrás de uns arbustos pensando que aquela noite iria ser muito frutuosa para si. Há mais de duas horas que vigiava o bairro procurando as grandes casas de gente endinheirada. Em algumas, tinha de ter cuidado: havia cães perigosos, fechaduras com alarmes, e, noutras, já se festejava o Natal com grande alarido e muitos convidados.
Tiago tinha que esperar pelo momento oportuno, não tinha dúvidas. Entretanto pensava como havia chegado àquele caminho… Tivera um trabalho tradicional na família mas que resultara num fracasso. O seu irmão mais velho singrara na vida. Era um empresário de sucesso, no topo da fama e das finanças. Tiago queria também mostrar à família que era um homem de dinheiro e tinha um pequeno trabalho que apenas servia de fachada a outros meios perigosos onde ia buscar o desejado poder. Ali, acocorado, esperando a melhor altura para fazer um assalto, pensava que tinha seguido por aquele caminho só para agradar à família e não ficar atrás do seu irmão. Mas afinal porquê? Sabia fazer tantas coisas… trabalhava a madeira como ninguém. Já entrara em leilões onde os seus trabalhos eram os mais cobiçados, e por bom preço. Trabalhara em antiquários de renome, onde restaurara com minúcia peças muito antigas. Não, tinha de mudar de vida e logo agora que pensava em constituir família. Susana merecia o melhor que lhe pudesse dar.
Esta noite seria a última vez! Depois abriria o seu negócio e, já com algum nome na praça, seria o antiquário mais famoso do país. Estava decidido: seria a última vez!
Cheio de boas intenções saiu do seu esconderijo e foi por um atalho, talvez para chegar mais depressa a casa. Mas, a última das vivendas, onde vivia uma velhinha simpática, tinha as janelas com as cortinas corridas e, dentro da sala, via-se a velhota muito animada a colocar prendas debaixo da árvore de Natal e depois a espalhar as pequenas lâmpadas coloridas por todo o pinheiro. Devia estar sozinha pois não via ninguém a ajudá-la.
Tiago tinha que esperar pelo momento oportuno, não tinha dúvidas. Entretanto pensava como havia chegado àquele caminho… Tivera um trabalho tradicional na família mas que resultara num fracasso. O seu irmão mais velho singrara na vida. Era um empresário de sucesso, no topo da fama e das finanças. Tiago queria também mostrar à família que era um homem de dinheiro e tinha um pequeno trabalho que apenas servia de fachada a outros meios perigosos onde ia buscar o desejado poder. Ali, acocorado, esperando a melhor altura para fazer um assalto, pensava que tinha seguido por aquele caminho só para agradar à família e não ficar atrás do seu irmão. Mas afinal porquê? Sabia fazer tantas coisas… trabalhava a madeira como ninguém. Já entrara em leilões onde os seus trabalhos eram os mais cobiçados, e por bom preço. Trabalhara em antiquários de renome, onde restaurara com minúcia peças muito antigas. Não, tinha de mudar de vida e logo agora que pensava em constituir família. Susana merecia o melhor que lhe pudesse dar.
Esta noite seria a última vez! Depois abriria o seu negócio e, já com algum nome na praça, seria o antiquário mais famoso do país. Estava decidido: seria a última vez!
Cheio de boas intenções saiu do seu esconderijo e foi por um atalho, talvez para chegar mais depressa a casa. Mas, a última das vivendas, onde vivia uma velhinha simpática, tinha as janelas com as cortinas corridas e, dentro da sala, via-se a velhota muito animada a colocar prendas debaixo da árvore de Natal e depois a espalhar as pequenas lâmpadas coloridas por todo o pinheiro. Devia estar sozinha pois não via ninguém a ajudá-la.
Por fim, a velha senhora, colocava postais de Natal belíssimos em cada ramo da árvore. Tinha ainda um na mão e olhava-o pensativa, estudando onde ficaria melhor aquele postal tão especial. Finalmente prendeu-o à parede que ficava em frente da porta. Tiago pensou que aquela porta devia levar às escadas que conduziam ao andar de cima. Com certeza que a senhora Margarida seria dona de belas e antigas jóias. Sorriu satisfeito!
Quando é que ela iria para a cama? Mas a senhora Margarida voltou à sala e abria e fechava a porta para ver se tudo estava bem preparado para receber os netos no dia seguinte.
Sentou-se na velha poltrona junto à lareira e tomou o seu chocolate quente (que já não estava tão quente, depois das voltas e voltas que a senhora dera…) e contemplou feliz a sua bonita árvore de natal. Olhou o relógio, ”Meu Deus, as horas que já são!” Levantou-se e caminhou até à porta. Deu um último olhar à sala e sorriu satisfeita. Apagou as luzes e dirigiu-se para o andar de cima, para o seu quarto.
Tiago pensou que seria muito fácil assaltar aquela casa. Já na cama, Margarida foi pensando na alegria que os netos teriam no dia seguinte… estava tudo tão bonito. Fechou os olhos e o sono foi apoderando-se dela, pesadamente.
De repente, os seus olhos abriram-se “O que foi aquilo” Teria ouvido bem? Afinal a casa já era velha e tinha sempre ruídos esquisitos. Se o barulho continuasse, bastava tocar no telefone que estava ligado à casa do filho, quase ao lado da sua e logo Mário estaria ali.
Acalmou-se e voltou a aconchegar-se na cama. Mas volvidos poucos segundos Margarida ouviu um som que lhe dava a certeza que alguém tinha entrado na sua casa.
Tiago entrara pela janela da sala que cedera com facilidade. “Ela devia ter cadeados nas janelas” pensou. Talvez nessa noite a senhora Margarida aprendesse a ter mais cuidado.
Afinal, Tiago pensava que até estava a fazer uma boa acção… Começou a colocar pequenos objectos de valor nos seus bolsos e dirigiu-se para a porta do corredor. Parou para escutar.
Quando é que ela iria para a cama? Mas a senhora Margarida voltou à sala e abria e fechava a porta para ver se tudo estava bem preparado para receber os netos no dia seguinte.
Sentou-se na velha poltrona junto à lareira e tomou o seu chocolate quente (que já não estava tão quente, depois das voltas e voltas que a senhora dera…) e contemplou feliz a sua bonita árvore de natal. Olhou o relógio, ”Meu Deus, as horas que já são!” Levantou-se e caminhou até à porta. Deu um último olhar à sala e sorriu satisfeita. Apagou as luzes e dirigiu-se para o andar de cima, para o seu quarto.
Tiago pensou que seria muito fácil assaltar aquela casa. Já na cama, Margarida foi pensando na alegria que os netos teriam no dia seguinte… estava tudo tão bonito. Fechou os olhos e o sono foi apoderando-se dela, pesadamente.
De repente, os seus olhos abriram-se “O que foi aquilo” Teria ouvido bem? Afinal a casa já era velha e tinha sempre ruídos esquisitos. Se o barulho continuasse, bastava tocar no telefone que estava ligado à casa do filho, quase ao lado da sua e logo Mário estaria ali.
Acalmou-se e voltou a aconchegar-se na cama. Mas volvidos poucos segundos Margarida ouviu um som que lhe dava a certeza que alguém tinha entrado na sua casa.
Tiago entrara pela janela da sala que cedera com facilidade. “Ela devia ter cadeados nas janelas” pensou. Talvez nessa noite a senhora Margarida aprendesse a ter mais cuidado.
Afinal, Tiago pensava que até estava a fazer uma boa acção… Começou a colocar pequenos objectos de valor nos seus bolsos e dirigiu-se para a porta do corredor. Parou para escutar.
Tiago não queria meter medo à senhora Margarida mas pensou nas jóias que ela deveria ter guardadas no seu quarto. Não queria também arriscar muito e muito menos ser preso.
Abriu a porta com cuidado e subitamente um som muito alto atordoou no silêncio da casa.
A abertura da porta criara uma corrente de ar que fez abrir o postal de cânticos de Natal que a senhora Margarida colocara na parede. Tiago fechou a porta e correu para a janela, cessando assim a música. Falhara de novo.
Entretanto Mário atendeu o telefonema da mãe e dirigiu-se logo para a casa da senhora Margarida, enquanto a esposa chamava a polícia.
Tiago, já seguro em sua casa, jurava a si próprio que deixaria definitivamente aquele modo de vida.
Na manhã do dia de Natal a velha senhora ao abrir a porta de sua casa encontrou dois embrulhos: um continha as peças roubadas e outro uma séria de cadeados para as janelas.
A polícia abandonou o caso embora tivessem desconfiado um pouco do Tiago, o ladrão fracassado e de bom coração.
Abriu a porta com cuidado e subitamente um som muito alto atordoou no silêncio da casa.
A abertura da porta criara uma corrente de ar que fez abrir o postal de cânticos de Natal que a senhora Margarida colocara na parede. Tiago fechou a porta e correu para a janela, cessando assim a música. Falhara de novo.
Entretanto Mário atendeu o telefonema da mãe e dirigiu-se logo para a casa da senhora Margarida, enquanto a esposa chamava a polícia.
Tiago, já seguro em sua casa, jurava a si próprio que deixaria definitivamente aquele modo de vida.
Na manhã do dia de Natal a velha senhora ao abrir a porta de sua casa encontrou dois embrulhos: um continha as peças roubadas e outro uma séria de cadeados para as janelas.
A polícia abandonou o caso embora tivessem desconfiado um pouco do Tiago, o ladrão fracassado e de bom coração.
No Natal do ano seguinte, Tiago enfeitava a sua árvore e tal como a senhora Margarida, colocou um postal com cânticos na parede em frente da porta da sala e, quando esta se abria, o vento abria também o postal enchendo o ar com lindíssimas músicas que faziam sorrir o seu filho de poucos meses.
Para Tiago, um empresário feliz no restauro de mobílias, este postal era o sinal de como no Natal anterior, representara um rasgo na sua sorte.
Para Tiago, um empresário feliz no restauro de mobílias, este postal era o sinal de como no Natal anterior, representara um rasgo na sua sorte.