Era uma vez, num futuro longínquo, uma cidade quase perfeita. Não existiam malfeitores ou preguiçosos, não havia poluição, trânsito ou degradação. À primeira vista tudo era perfeito.
Na cidade quase perfeita, em frente de cada casa estava uma bandeira. As bandeiras podiam ser vermelhas, amarelas, brancas ou negras. E, apesar de não ser obrigatório, fazia parte do senso comum cada habitação ter a sua bandeira. E porquê? A bandeira indicava a cor da pele da família que aí vivia. E por existirem bandeiras com quatro cores possíveis é que a cidade era quase perfeita. Assim pensavam os seus habitantes. Mas seria?
As pessoas de pele branca só gostavam de bandeiras brancas e orgulhavam-se da bandeira que tinham em frente da sua casa. Da mesma forma pensavam as pessoas de outras cores.
As crianças de cores diferentes não brincava m juntas, os adultos de cores diferentes diziam “Olá” e “Bom dia”, mas a conversa já não chegava ao “Como está?”. Isto é, na cidade quase perfeita, a cor da bandeira servia para identificar quem eram os possíveis amigos.
Mas acontecia que, todos os meses, na cidade quase perfeita havia uma reunião com todos os habitantes da cidade. Era liderada pelo Presidente da Câmara e realizava-se num edifício do tamanho de dois estádios de futebol. O edifício chamava-se o “Individual”. Era assim que se procurava manter a quase perfeição da cidade. O Individual, que tinha apenas uma grande porta, simbolizava o poder e a singularidade da cidade.
Num certo dia de inverno, caía um forte nevão na cidade quase perfeita, mas nem por isso se adiou a grande reunião. Encontrava-se a cidade em peso no INDIVIDUAL, quando se ouviu um enorme estrondo, algo de sobrenatural. Um milésimo de segundo depois, todo o Individual ficou às escuras, gerou-se o pânico entre as 33.000 pessoas que começaram numa correria desenfreada para a grande entrada, só que a porta não abria.
Sem ver o seu auditório, o Presidente, com sangue frio, apercebeu-se do perigo da situação: numa cidade quase perfeita alguém tinha assistido a uma falha de electricidade; as pessoas atropelavam-se e poderia mesmo haver mortes por esmagamento. Rapidamente dá a mão à pessoa que estava a seu lado que, por sua vez, percebeu a mensagem: formou-se um grande cordão humano dentro do Individual. “Calma, calma”, ouviu-se. Sem olhar à cor da mão em que se segurava, apenas agarrando-a, sabendo que essa mão poderia salvar a sua vida, todos se acalmaram e a extremidade do cordão ao pé da porta conseguiu arrombá-la.
Lentamente, a multidão saiu do Individual para a neve gélida. Uma a uma, as pessoas apercebem-se de que a mão que seguravam não era da sua cor. No entanto, agarraram-na com igual força.
Dentro do Individual, às escuras, o cordão humano tinha permitido que as pessoas, uma vez cá fora, se apercebessem de que a sua cidade só era quase perfeita.
Até àquele dia, ninguém se tinha apercebido de que uma mão negra, branca, amarela ou vermelha tem a mesma força para agarrar, seja às escuras, seja às claras.
- Joana Rute (15 anos)
Bonito texto.
ResponderEliminar"A perfeição é uma imperfeição."
Beijo.
Que lindo texto, Graça! Agradeço por compartilhar conosco!
ResponderEliminarBelo texto da Joana Rute!
ResponderEliminarGostei dos teus comentários deixados no blog Mude, Graça!
Flores e estrelas...
Bom texto e excelente mensagem. Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarUm abraço
Graça,
ResponderEliminarQue dizer? Oxalá, no futuro, as pessoas se descubram cúmplices nas suas diferenças.
Grande texto da Joana Rute!
Beijo :)
Olá Graça
ResponderEliminarBelíssimo texto.
O preconceito de cor deve ser repudiado por todos.
Bjs.
Graça querida
ResponderEliminarLindo!!! Adorei ler a Joana...bela mensagem.
Beijinho para as duas
Olá Graça bom dia:
ResponderEliminarUm belo post que define o preconceito entre as diferenças de raças, cores credos etc.
A diferença aqui não existe, tudo se conjuga porque todos somos irmãos perante Deus e, se perante os homens isso não existe, é porque o cérebro humano tem limites que nunca atingem a perfeição.
Uma bela mensagem que a todos deveria estar presente em seus corações mas que infelizmente assim não acontece.
Bjos, felicidades e muita paz no coração.
Olha, Graça, todos os teus textos são maravilhosos, mas este achei muito muito interessante e até me comoveu. Sou uma pessoa a quem a xenofoobia horroriza; não consigo entender essa mania de superioridade de uma raça sobre as outras. Creio que este povo até tentava acabar com o preconceito, mas ainda restava o bastante; com este incidente penso que a cidade quase perfeita se transformou, não numa cidade perfeita, pois a perfeição não existe, mas numa cidade sem preconceito, isso tenho a certeza que sim. Só agora me apercebi de que o texto não é teu, mas sim da Joana de 15 anos. Isso não altera nada, ou melhor, ainda lhe dou mais valor, pois trata-se de uma adolescente que, além de escrever muito bem, já luta contra esta praga que não há maneira de desaparecer. Muito obrigada, Graça, pela partilha desta mensagem e parabéns à Joana. Um beijinho e até breve.
ResponderEliminarEmília
Sempre gostei de histórias que começam com Once upon time...me dão esperança no humano e reforça a crença em finais, possíveis, felizes.
ResponderEliminarBeijuuss, amada, n.a.
Querida Graça!
ResponderEliminarDentro do Individual
aconteceu algo de anormal
quando a luz se apagou
para evitar a confusão
o presidente estendeu a mão
e tudo se normalizou
Na cidade quase perfeita
uma mão branca outra preta
lá saíram de mão dada
para chegar à profissão
deviam de dar sempre a mão
mesmo sem a luz apagada
Boa noite,
beijinho grande,
José.
A barca azul dos sonhos passa ainda
ResponderEliminaro casco prateado refletindo o luar
sobre as espumas.
Passa cheia de sonhos e a noite infinda
borda estrelas azuis no negro mar
de brumas...
£una
Boa noite e um belo amanhecer... M@ria
Amiga, que lindo texto!
ResponderEliminarE saber que Joana tem apenas 15 anos, o torna mais lindo ainda.
Parabéns à Joana e a você por publicar tão lindo texto.
Gostei muito do "individual".
Beijocas.
Para já parabéns à Joana e a si por ter captado
ResponderEliminara importância do texto e o ter inserido no
seu blogue. Basta lê-lo, reflectir e agir.
Um beijinho/Irene
Olá querida.
ResponderEliminarQue belo conto! Parabéns á Joana.
Aproveito para lhe desejar um bom fim de semana.
Bjs,
M. Céu
http://coisasgirasmcf.blogspot.com/
Amiga Graça,
ResponderEliminaro seu comentário tem um APELO a que eu, Antonio Rui, não posso deixar de responder. Pela Graça e... por mim...!!!
Os meus blogs têm sido "sacaneados" de tal forma que, muitas vezes, eu não consigo acessar a amigos nem a que os amigos me visitem. Já escrevi sobre isso mas a "perseguição" tem sido tão grande que... ainde "persiste" e "insiste"...!!!
Tb eu queria uma Cidade com Bandeiras Multicôres e com mãos que se seguram sem necessidade de sabermos a sua côr.
Mas, a VIDA, ensina-nos que NÃO TEM SIDO NEM È assim...!!!
Beijo, desculpa e... OBRIGADO, AMIGA!...
Rui
as ALONE
Texto fantástico, Graça!
ResponderEliminarPensar que uma menina de 15 anos o escreveu...
Bjs,
Olá, Graça/Joana!
ResponderEliminar"Once upon a time in the furure", bonita e inspirada maneira de começar a contar esta história.Sobre um mundo de utopia, desejado e imaginado à medida de quem a escreve, e que certamente um adulto nunca abordaria deste modo...
É muito bonita a moral que a história encerra, e ainda mais bonita a mentalidade de quem está por detrás dela, neste muito que está muito longe de ser perfeito ...
Parabéns!
Beijinhos.
Vitor
Esse texto me fez lembrar dos primórdios das cirurgias de transplantes cardíacos, iniciados lá na África do Sul. pelo pioneiro Dr. Christian Barnard, quando, num país eminentemente racista um paciente branco ganhou nova vida através do coração de um doador negro... Uma lição que levou ainda (e ainda leva) um bom tempo para ser entendida e seguida...
ResponderEliminarBeijos, Graça, e uma boa tade para você.
Graça, obrigada por partilhares estes textos maravilhosos!! Beijinhos
ResponderEliminarTexto perfeito, beijo Lisette.
ResponderEliminarexcelente entrada
ResponderEliminarAmiga Graça,
ResponderEliminarLeio aqui uma alegoria perfeita, mas perfeita mesmo, da união que deve prevalecer acima dos preconceitos, sejam de raça, credo, religiosos, etc. Não importa "a cor", somos todos Irmãos. Nos momentos de perigo e necessidade, as barreiras do individualismo caem por terra.
Grande lição de Fraternidade!
Beijos, querida Irmã!!!
A perfeição não existe e por vezes temos que ser abanados para perceber-mos as nossas fraquezas...
ResponderEliminarAbraço do Zé
o tacto à flor da pele
ResponderEliminaré o mais belo dos sentidos
perfeito, mais do que perfeito, então dá-me cá a tua mão!
muito bonito, Graça
um beijo
manuela
Querida amiga Graça.Este texto é uma grande lição de vida e para o que ele deve seguir,a entreajuda sempre será a força e união,que importa a cor o credo religião! Onde estiver a palavra amor e amizade sempre perdurará pela vida fora.Coisas perfeitas nunca existirão,para tal todos tínhamos que ser humanamente perfeitos,gostei muito deste texto de reflexão.
ResponderEliminarBeijinho e tudo de bom
Graça
ResponderEliminarQue lição bem bonita e dada por uma menina... que é outra lição a ser lembrada.
Parece que agora já resolvi o obstáculo que não me deixava comentar aqui no teu blog!
grande beijo
Anne
Graça Amiga,
ResponderEliminarNa cidade quase perfeita as pessoas, sem se darem conta, polarizavam-se no preconceito e paradoxalmente foi a escuridão que lhes despertou instintivamente o seu espírito de entreajuda e de fraternidade. Bela lição, em que o bem colectivo deve prevalecer sempre sobre o individualismo.
Beijo,
J
Texto maravilhoso da Joana a quem manifesto a minha muita admiração.
ResponderEliminarUm beijo.
Faz pensar e dar graças por haver jovens como a Joana que se preocupam com estes problemas... Vale a pena acreditar!
ResponderEliminarBeijo às duas.
Margarida
Que beleza de texto esse amiga Graça!
ResponderEliminarA Joana Rute tem futuro e não só.
Não há cidades perfeitas onde não haja verdadeira comunhão.
Beijo
Ná
Graça que texto extraordinário. Amiga, hoje deixei no meu cantinho um obrigado aos Amigos. É um miminho simples mas feito com carinho para agradecer a companhia na estrada da vida e porque seu cantinho é ESPECIAL, um espaço onde a qualidade e o bom gosto estão sempre presentes em todos os posts.
ResponderEliminarBom fim de semana
Beijinhos
Maria
Obrigada, MARIZINHA, tu és um amor!
ResponderEliminaril beijos para ti.
Graça
Graça
ResponderEliminarSonho com esse dia, em que um grande estrondo deixe tudo às escuras e que cada ser encontre força na mão de outro, simplesmente confiando, se entregando.
Beijinhos
muito inspirador o seu blog. parabéns!
ResponderEliminarInteressante este texto, escrito por uma jovem de 15 anos, ainda tem mais valor!
ResponderEliminarÉ tua aluna?
Gosto, mas quero ler coisas tuas!
Beijo
Teresa (Quelimane)
Que texto lindo de uma criança de 15 anos. O preconceito é um mal da sociedade. Beijos.
ResponderEliminarA compreensão de quem 15 anos. O caminho para a Cidade Perfeita. Só ficou por dizer, afinal, se o tal edifício manteve o nome "Individual". Por mim acho que passou a chamar-se "Colectivo"...
ResponderEliminarEste texto devia passar nas escolas, não só pela moral, como também para passar a mensagem, à miúdagem, de que o belo é atingível....
Oi Querida amiga, paz para todos . Gostei muito do post, mais uma vez está provado que o preconceito não leva a nada , e a união faz a força.Saúde e paz para vc. \um abraço Celina
ResponderEliminar...seria hermoso
ResponderEliminarvelar y contar
con ella
hecha albor
y bella
realidad
GRACA
en tu ideal
ciudad...
un fuerte abrazo , con un ramillete
de rosas rojas dentro GRACA para tí:
j.r.s.
Uma história perfeita, escrita por uma menina de apenas 15 anos! fico encantada!
ResponderEliminarBjs
"Vida, amor e beleza:
ResponderEliminareis a minha trindade."
Khalil Gibran
Bom dia flor do dia! Bjus
Deixo aqui meus parabéns para Joana, lindo e verdadeira mensagem...
ResponderEliminarUm bom dia para vc Graça.
beijooo.
Demasiadamente profundo, para ser comentado assim, com meia dúzia de palavras.
ResponderEliminarGostei muito, Graça.
Parabéns à autora e a si, pela partilha.
Beijos
ps: leia o email que lhe enviei e por favor responda-me logo que possa
Gosto das bandeiras com muitas cores.
ResponderEliminarPorta única a contar com tanta gente, não da resultado. Dar a mão é a solução.
Pensamos sempre que temos muita força, todos juntos temos muito mais.
A imaginação dela é bastante realista.
Pegaste num tema com muitas mensagens.
Beijo
Este texto foi o tema de conversa ( já há dois sábados) com os jovens! E foi fantástico!
ResponderEliminarà pergunta, se nós punhamos bandeiras (etiquetas) aos outros e se tb nos punham a nós, deu pano para mangas e os preconceitos foram apontados, analisados e "ferozmente" atacados... Crescemos juntos nestes dois sábados.
Abraços!
Um texto que dá que pensar e de onde se tira muitas e várias lições.
ResponderEliminarMonhé
Belíssimo conto, minha querida amiga!
ResponderEliminarEmocionei-me com tamanha sabedoria do relato.
Estou de volta, porque estava com muitas saudades deste "mundo encantado".
Beijinhos e fica feliz.
Olá, boa noite Graça
ResponderEliminarQue graça, que belo teu texto.
A perfeição é a total ausência do preconceito. Isso só pode acontecer por alguns instantes e com pessoas. Quase perfeito.
Quando a natureza impões sua força faz essa perfeição por alguns tempos.
Amei, beijos, esteja bem.
Parabéns Graça.
ResponderEliminarLi o teu comentário sobre os sábados e as discussões acesas com os jovens.
Não deixas nada por fazer, és fantástica.
Beijo
Ná
Olá, querida
ResponderEliminarA cidade perfeita é aquela em que Deus nos presenteia para viver o nosso presente...
Bjm de paz e ótimo fim de semana
Um talento a Joana Rute! O olhar de uma jovem revelando o que há para além de um "arco-íris"... Rico, encantador, - dá-nos esperanças -, saber que foi a Joana, uma menina de 15 anos, quem o escreveu. Agradeço por tê-lo partilhado conosco, e deixo-lhe fragmentos do meu "Da Cor Inexistente"
ResponderEliminarCores…/ À luz, revelam-se,/ mas em sua ausência amam-se,/ - unem-se em emoção única. (...)
Cor,.../ como a alma/ e o amor ao próximo,/ é lição da qual o homem apropriou-se,/ mas não aprendeu. Nos livros da vida,/ mais que nos da escola,/ - mais ignota que desconhecida,/ a aula de Transparência. (1985)
Beijo grande, querida Graça. Bom fim de semana. Inté, amiga!
Lindo conto Graça!
ResponderEliminarUm mão salva, seja ela de que cor for
Um beijo!
Graça
ResponderEliminarCompreendo muito bem. Também eu ando sem vontade de nada. Talvez só de sobreviver. Estive parada uns dias no meu blogue. Regressei porque sou cidadã de um país que tem de ser abanado.
Espero que nos passe esta fase menos boa.
Carinhosamente, um beijo
Minha querida Graça
ResponderEliminarUm belo texto com uma mensagem importante... era bom que mais jovens fossem como a Joana.
deixo um beijinho com carinho e desejo um fim de semana bom.
Rosa
Deixo um beijo e votos de bom sim de semana.
ResponderEliminarEspero que a tua ausência não se deva a motivos de saúde.
Beijinho
Ná
Olá querida amiga Graça,
ResponderEliminarEsse quadro de mãos dadas aquece a alma, tem uma só cor, a da esperança na humanidade.
"Ubunto em todos nós"
Saudades de aqui vir e dar a mão.
Beijo e kandandos de amizade.
Amada, vim lhe trazer uma chuvinha de carinho pra regar teu lindo, meigo e nobre coração viu?
ResponderEliminarBeijos de Luz e Paz
Amiga Graça passei para desejar um excelente domingo cheio de alegria e paz.
ResponderEliminarBeijinhos
Maria
OLÁ, QUERIDA
ResponderEliminarA AMIZADE VAI ALÉM DA COR... CERTAMENTE!!!
BJM DE PAZ E ÓTIMO FIM DE SEMANA
Um lindíssimo texto e uma bela lição de vida!
ResponderEliminar***
Bisous et à bientôt, ma belle****
Que saibamos ser mútiplos como a vida! O que seria dos adultos sem as crianças, e o que seria das crianças sem os adultos?
ResponderEliminarAmo o Natal...
ResponderEliminarA epoca que temos que mais refletir sobre a vida e as atitudes tomadas.
Orar a Jesus e pedir bençãos e sonhar com um ano pleno.