(História contada pelo meu pai)
Passou-se no interior da Zambézia, num local quente e húmido mas lindo como África é sempre, onde quer que estejamos.
Era a estação das chuvas, a mais quente, os algodoeiros floridos ofereciam-se como beleza ímpar aos olhos dos homens: parecia que tinha nevado sobre as grandes plantações de algodão.
Os homens poderosos, que beneficiavam com a recolha desta riqueza, chamavam-lhe “ouro branco”. Um amigo do meu pai trabalhou numa dessas plantações como capataz e responsável por centenas de trabalhadores, e, possivelmente, terá sido ele o contador desta história.
O ar estava pesado e o calor era sufocante. Avizinhava-se uma daquelas tempestades africanas, fortes e rápidas, para depois deixar brilhar um céu azul e a terra florir ainda mais generosa. Era preciso, pois, apressar o trabalho de centenas de homens e mulheres indígenas. Era barata a mão-de-obra e isso significava um aumento considerável de lucros dos tais grandes senhores.
Os cipaios, uma espécie de autoridade africana, que os administradores destacavam para as plantações, espicaçavam os indígenas a dar maior rendimento. Era urgente colher o algodão todo antes que a chuva viesse e causasse elevados prejuízos ao dono. Tinham começado a tarefa muito cedo, ainda o sol não tinha nascido por detrás dos grandes morros.
Trabalhavam há horas sem parar e o astro-rei estava no pino, causticando as peles negras e secas. Mesmo para quem lá nasceu e estava habituado à dureza do calor, era difícil trabalhar naquele sufoco.
De repente, ouviu-se um grito e a chibata cruzou o céu, quase tão escuro como a cor das peles que se debruçavam para o algodão branco de neve.
- Vamos, trabalha – gritava o cipaio enfurecido. E a pobre mulher, velha pelos anos, pelo trabalho e pelo sofrimento, dizia baixinho:
-Não posso mais, não posso mais.
Fez-se silêncio e todos pararam de trabalhar. O ar ficou mais carregado, ouvia-se perfeitamente o arfar dos corpos suados e cansados, em contraste com o alegre chilrear dos pássaros. De novo a chibata se ergueu no ar e foi então que um homem grande e negro como carvão se aproximou e pediu:
- Se quiseres castigar, fá-lo em mim. Aqui tens as minhas costas para bater. O cipaio ficou surpreendido e irritado levantou a chibata dizendo:
- Não quero aqui mandriões, é preciso colher o algodão todo, antes que caia a chuva.
E o preto grande, ajoelhando-se, quase beijando a terra que cheirava já a chuva que havia de cair, implorou mais uma vez:
-Não lhe batas. Farei o meu trabalho e o dela. Bate em mim, aqui tens o meu corpo, mas a ela não, que é minha mãe.
Instantaneamente o chicote ficou suspenso, e, no olhar da autoridade, percebeu-se uma sombra de carinho e compreensão, porque os monstros também têm uma mãe.
Deixou que o filho levantasse a pobre mulher, lhe enxugasse o rosto e lhe desse um pouco de água.
Foi das histórias que meu pai me contou, a que mais me emocionou e, nesse instante, veio-me á memória o poema de António Gedeão “Lágrima de Preta” e concluí que os sentimentos mais nobres que um homem tem dentro de si são sempre iguais independentemente da cor amarela, preta ou branca porque o coração, esse, é universal e tal como a experiência do poeta, é formado por dois aurículos e dois ventrículos.
Boa Noite Graça.
ResponderEliminarAo ler este pequenino texto,também tive de enxugar o rosto. O sofrimento e a dor também me doem.
Os monstros também tem mãe.
Mas há monstros que são acéfalos, alem de serem uns enjeitados, sem coração nem amor.........
Revejo os donos da guerra, esses monstros que mentem e roubam, que queimam a paz e o pão dos famintos........
Parabéns pelo texto.
"Instantaneamente o chicote ficou suspenso, e, no olhar da autoridade, percebeu-se uma sombra de carinho e compreensão, porque os monstros também têm uma mãe."
ResponderEliminarEste monstro teve Graça mais a maioria nunca deixaria de açoitar o homem por um pedido deste.
Estudo a história da escravidão negra no Brasil e no mundo e já li fatos que fazem qualquer pessoa desacreditar da humanidade da raça humana.
Bjs.
Ocorreu-me ao ler o texto que ele poderia ter dito que era a mãe,sem ser de facto...para proteger a senhora, pela idade, mas afinal, era mesmo :) É verdade, mesmo os monstros têm mãe e muitas vezes, filhos... os corações infelizmente, até podem parecer, mas não são todos iguais, mas não é a cor que os distingue...
ResponderEliminarBeijinhos
Olá Graça
ResponderEliminarUm monstro com coração...felizmente!
Emocionei-me.
´
Bjs.
Importante contares esta história que também me emocionou.
ResponderEliminarUm beijo e obrigado, GRAÇA.
Estou aqui emocionado. Pra chegar neste blog tem que estar com o coração em dia.
ResponderEliminarmais uma vez me emociono com seus textos.
Um beijo grande.
Graça,
ResponderEliminaré certamente uma história que nos emociona a todos, por ser verdadeira, chega até a dar arrepios.
Beijinho,
Ana Martins
Querida amiga, história real de sofrimento que nos emociona. Tenha um lindo final de semana. Beijocas
ResponderEliminarOlá Graça, que tudo esteja e permaneça bem contigo, sempre!
ResponderEliminarÉ minha cara, um fato é que este monstro lembrou-se que também tem uma mãe e um coração, para a salvação da cansada senhora escrava, outro fato é que grande parte destes monstros, além de ter apagado a própria mãe da memória, ele se esquece que do mesmo modo dos que eles açoitam e humilham pulsa em seu peito um coração, que pelo estado bárbaro da mente não o deixa sentir seu próprio pulsar!
Vejo que apesar da demora em aparecer, reaparecendo encontro seu cantinho belo como sempre esteve, com belos textos que relatam histórias de vidas, deveras humanas!
Parabéns pela postagem do texto e imagem. E desejo a você e todos ao redor sempre felicidades e muita saúde, agradecido pela amizade e visitas, abraço e até mais!
Bela história,
ResponderEliminarTodo monstro tem mãe, mas nem por isso o faz melhor. O ser humano é eivado de crueldade independente de cor ou credo. :-(
Tu contas uma história como ninguém amiga!
beijos
Anne
Desculpem-me a ausencia.
ResponderEliminarEstou de volta e com saudades de todos.
Gosto dos afagos sinceros na alma.
Nada extravagante eu gosto...
Tenho fascinação pela simplicidade
e por gestos pequenos de ternura...
Gosto de acaricia-los com o coração!
(Cida Luz)
Amor & Paz no seu Domingo! M@ria
Graça,
ResponderEliminarA maneira como contas a história, cheguei até a sentir a chibata...
Bjs.
Mais uma história contada com jeito, e que tanto me enriquecem e encantam.
ResponderEliminarBjs
Olá Graça.
ResponderEliminarFelizmente na Zona onde eu vivia em Angola não havia essas grandes culturas.Era mais no Norte.
Felizmente tb nunca vi essas torturas, convivia-mos bem. Na escola e no liceu as turmas eram mistas. Mas infelizmente ouvia-mos conversas dos mais velhos... triste!Os adultos sabiam o que se passava!
Bem, embora muito atrasada e esperando que me desculpes,Parabéns, MUITAS FELICIDADES. O meu filho mais velho fez ontem e como já viste a nossa amiga Elisa faz hoje...
PARABÉNS MINHA QUERIDA GRAÇA!
Bjnhossss
alice
a vida tem a cor do sangue!
ResponderEliminare a escravatura ainda tão perto de nós, ainda entre nós
mas livre, era o negro grande e justo, o menino da sua mãe
África é profunda, não é Graça?
quanto ao cipaio, vítima de um sistema e de uma tradição a que a sobrevivência obrigava...nem com mãe lhe tenho simpatia, lamento...
um beijo e obrigada!
manuela
Uma história dentro de outra História. Se a primeira me fere, a segunda é por demais bárbara para que se possa compreender. A exploração do homem pelo homem, o domínio,a crueldade, a supremacia de uma raça sobre outra...
ResponderEliminarE o mais espantoso é que a História continua...
Onde está a racionalidade que distingue (supostamente) o Homem da besta?
Um beijo
L.B.
Que bom que no meio de tanta violência ainda havia capatazes com capacidade de se condoer.
ResponderEliminarAdorei ler mais um conto da vida real.
Beijos amiga
Oi Graça ! Obrigada pelo coment.
ResponderEliminarBom Domingo !
Beijo
Graça,
ResponderEliminarem primeiro o texto é impecável,
quero te dar um abraço apertadíssimo,pelo teu aniversário!
Boas energias,uma semana iluminada!
bjs
Mari
Qualquer tipo de discriminação/escravidão é deplorável... Foram tempos difíceis os que se viveram... Adoro o poema 'Lágrima de Preta'... Aqui adapta-se na perfeição... Um beijo grande querida e obrigada pela partilha:)
ResponderEliminarOlá Graça
ResponderEliminarUma bela e comovente estória. Mesmo os mais cruél dos homens, se comove diante de uma mãe.
Bjux
VocÊ me emociona com todas as suas belas palavras!!!!
ResponderEliminarBeijos
Amiga Graça
ResponderEliminarUffa que história !!! Que tempo rudes!
Já estive em seu post de aniversário e lá deixei um comentário.
Linda semana
Beijos
Tente. Sei lá, tem sempre um pôr-do-sol esperando para ser visto, uma árvore, um pássaro, um rio, uma nuvem. Pelo menos sorria, procure sentir amor. Imagine. Invente. Sonhe. Voe.
ResponderEliminarCaio Fernando Abreu
Amor & Paz na nova semana! Beijos meus...M@ria
Lindo este teu conto. Infelizmente ainda há gente que acha que sentimentos, lágrimas, gargalhadas, olhares diferem consoante a cor da pele; somos todos seres humanos que merecem o mesmo tratamento e o mesmo respeito. Ainda bem que histórias como estas ficaram no passado, embora ainda vejamos coisas parecidas, mas não tão violentas. O preconceito ainda é visto com bastante frequência, o que é uma lástima. Obrigada, Graça pela história tão bela. Um beijinho e uma boa semana
ResponderEliminarEmília
OI AMIGA,E MUITO EMOCIONANTE A TUA HISTÓRIA O MUNDO ESTÁ INFELIZMENTE CHEIO DESSES MONSTROS, O IMPORTANTE FOI ELE SER TOCADO PELO GESTO DO FILHO, MOSTRANDO QUE O AMOR VENCE TODAS AS BARREIRAS, PRINCIPALMENTE O AMOR MATERNO, UM ABRAÇO DE MUITO CARINHO CELINA.
ResponderEliminarGraça, querida, belíssimo conto e providencial, uma vez que monstros proliferam hoje em dia "pelos mundos". Muitos deles em pele de amáveis cordeiros . Mas , assim como suas leitoras amigas, acredito que o amor e a força que trazemos dentro de nós possam nos livrar da ação desses monstros.
ResponderEliminarUm beijo e boa semana!
A história é linda e cheia de dureza e de ternura.
ResponderEliminarGostei!
Beijinho
Obrigado Amiga pela visita ao http://maustratosaoidosodenuncie.blogspot.com
ResponderEliminarFico feliz que tenha gostado da minha proposta de denunciar os abusos contra nossos idosos.
Conto com sua ajuda para divulgar o blog.
Já sou seguidor em seus dois blogs, parabéns por estes blogs lindos.
Abraço fraterno e Muita Luz em seu caminho.
Graça amiga
ResponderEliminarNem a inesperada "compaixão" dessa "autoridade" me comoveu! A comoção que me arrasou foi a provocada pelo gesto desse filho dedicado e sofrido ante o castigo escravo de sua mãe e, sobretudo, a lembrança de tantas e tantas outras nunca contadas que ficaram a marcar negativamente uma colonização, apesar disso, com muitos indiscutíveis méritos! Porém, cenas como esta, aqui tão bem contada, mancharão vida fora os esforços de tantas pessoas boas que fizeram de África uma terra melhor!
Beijinho
Querida Graça,
ResponderEliminarChoro copiosamente...
Tenho vergonha de ser portuguesa em alturas como estas.
Sei muito bem que não posso generalizar, mas a verdade é que somos descendentes de colonizadores e de gente que foi capaz de tratar assim os seus irmãos, a sua mãe.
O compaixão deste "cipaio" não é suficiente para desculpar a atitude brutal com uma pobre mulher que bem podia ser a sua própria mãe.
Por isso depois pagaram os justos pelos pecadores.
Maldita escravatura.
Desculpa se me excedi.
Beijinho
Ná
Querida Ná
ResponderEliminarÉ natural que nos emocionemos com esta história verdadeira! Mas eu assisti a coisas bem piores e era garota e chorava perguntando: porquê, porquê?? Os meus pais pessoas bem formadas, explicavam-nos tudo e na nossa casa, entravam os colegas brancos, pretos e mistos, eram todos bem acolhidos!
O teres vergonha de ser portuguesa "nessa altura" não tenhas...porquer os senhores das terras e das pessoas ,eram felizmente uma minoria mas foram esses , os corruptos, que roubaram e puseram a salvo todo o seu dinheiro em Portugal, na Suiça e em vários bancos pelo mundo. Conheço-os! Hoje os " grandes senhores corruptos " continuam a escravizar as pessoas, de outra forma,mas, é tambem escravatura. É altura de termos vergonha agora de sermos portugueses??
Somos um capacho da Europa e a chacota do mundo inteiro. Os colonizadores honestos (a sua maioria) vieram sem nada e da estaca ZERO começaram nova vida. Trouxe comigo 5oo$ ( o autorizado) e um filho na barriga e fiquei horas e horas ao sol numa fila para entregar os meus documentos. Ninguem teve respeito pela minha gravidez, nem me ofereceram uma cadeira para me sentar. Ao meio dia, ofereceram-me uma sande e um sumo. Senti aquele gesto como uma bofetada por ser dado como uma esmola por obrigação.
Querida Ná, não se pode falar assim quando se desconhece totalmente as duas faces da moeda.
Tenho orgulho nos retornados (embora não me sinta como tal- mas sim refugiada) como os meus pais que tanto trabalharam para ficarem sem nada.
Espero que leias tb este desabafo.
Qualquer dia escreverei sobre "O outro lado da descolonização"
Beijocas
Graça
Gostaria sim que um dia escrevesse sobre o outro
ResponderEliminarlado da "descolonização". Na qualidade de autarca, no meu conhecelho(que recebeu imensos
refugiados) trabalhei em comissão criada para
o efeito para os receber e lhes encontrar casa
e os primeiros apoios.Vivi momentos muito delicados, mas vi muita nobreza nessas pessoas,
brancos,pretos,mestiços que chegavam com dignidade e que souberam (muitos deles) se
reerguer e até dar lições de vida a muitos que
de cá nunca tinham saído.Obrigada, mais uma vez,
Graça por este post.
Bj.
Irene
Irene
ResponderEliminarObrigada!
Beijo amigo
Graça
Amiga querida, Graça!
ResponderEliminarLi e reli a tua resposta ao meu comentário.
Obrigada pelo teu cuidado e explicação.
Eu sei perfeitamente que tu e a tua família nunca seriam capazes duma barbaridade destas e sei também que nem todos os colonizadores eram iguais.
Não estou tão certa quanto ao facto de serem uma minoria, mas acredito em ti.
Sei-te uma pessoa muito humana e sofrida, com uma história de vida que dava para muitos livros e com a qualidade de uma das melhores escritoras que conheço.
Não te estou a dar nenhuma novidade. Tu sabes o que penso e há muito tempo.
Infelizmente Graça, eu tenho vergonha sim, e muita de ser portuguesa, quando se fala em temas como este, mesmo que tenham (só) sido umas dúzias de sacanas que o fizeram.
O mais provável é que os actuais exploradores sejam os descendentes de toda essa canalha maldita.
Não me leves a mal, respeito e sempre respeitei os ditos "retornados" e peço-te perdão como cidadã deste país pelo que te fizeram passar.
Sabes? ainda choro...
O teu conto mexeu demasiado comigo.
Tu viveste lá esses e outros momentos, talvez consigas ver as coisas com outro olhar e sentir, afinal tu vivenciaste o outro lado.
Sendo humana e doce como és, não te imagino sequer a ser minimamente "racista" ou algo parecido. Bem pelo contrário.
Desculpa e espero que estejas certa agora de que não é nada pessoal.
Beijinhos
Ná
Graça
ResponderEliminarNão é dificil de ficar chorona ao ler esta estória, nossa quantas não existem por contar,quanta gente não sofreu tal com as pessoas aqui referidas mães, filhos, são dificeis de imaginar. Amiga Parabéns por partilhar esta triste estória com um amor tão bonito de se sentir. Mas não estou de acordo com a minha grande amiga Ná nós não podemos ter vergonha de ser quem somos, muito menos quando não temos culpa destes terriveis acontecimentos, desculpe Ná gosto imenso de si e como tal também eu não me orgulho de ser portuguesa em alturas como estas, mas não vou envorgonhar-me.
Beijinho para a Graça e para a Ná
Conhecendo bem aqueles povos, sei bem que sentem como nós e têm bom coração. Gostei da narrativa, simples e sem floreados mas directa.
ResponderEliminarCumps
Estas narrações, plenas de veracidade, emocionam. Fiel ao teu estilo vais-nos desvelando aquilo que não chegamos a ver: felicito-te.
ResponderEliminarUm grande abraço, querida amiga
Querida amiga Graça!
ResponderEliminarNesses grande campos de algodão
que para o patrão tinham valor
foi sempre regado esse chão
com lágrimas sangue e suor
O preto ajoelhou-se tempo demais
mostrando a sua subserviência
perante esses cipaios e lacaios
que fizeram negra a sua existência
Se havia uma chibata no ar
na mão desses exploradores
para fazerem os escravos a trabalhar
para esses poderosos senhores
Esses monstros também têm mãe
mas eu acho que é uma mãe diferente
não lhes ensinaram o que era o amor
para eles poderem vir a ser gente
Nesta história verdadeira
tão bem escrita por ti
ficará para a vida inteira
e outras que eu vi e ouvi
Eles estão ainda por aqui
e espalhados por todo mundo
são os donos e senhores do FMI
e fizeram Portugal ir ao fundo
Eu tenho aqui um vizinho, que tinha uma frota de barcos de pesca em Angola, e dizia ele à boca cheia, quando aqui chegou,quando algum preto não se portava bem a bordo do barco, ele jogava o ao mar e por lá ficava.
Hoje ao pé de mim já não diz isso,eu uma vez disse-lhe se eu tivesse lá num desses barcos e visse isso, você não estava aqui para contar.
Beijinho grande,
José.
Minha querida Graça
ResponderEliminarHoje deixo-te apenas um beijinho...as lágrimas não me deixam escrever mais.
Rosa
Oi Graça
ResponderEliminarO amor é igual para todos quando existe Graça.
Esta é uma das histórias que seres humanos, apenas pela culpa da cor, raça ou credo passaram e ainda passam em todo o mundo.
Bjs no coração!
Nilce
Minha Querida:
ResponderEliminarEstive a ver os teus últimos posts.
Quanta emoção, quantas recordações o teu património humano alberga! Quantas vivências tu trazes em ti!Quantas vidas tu já viveste, com todo o pulsar do teu coração!
Um beijo.
Não sabia desta história mas sei de outras bem piores "organizadas" pelos ditadores e gatunos que devem ter ensinado à lição aos de cá que só sabem irem aos nossos bolsos!!! Como sempre adorei a tua escrita! Não foram em vão os anos como jornalista!
ResponderEliminarLi alguns comentários e não gostei mas, não ligues. Se bem te conheço, sei que é isso que irás fazer!
Beijo
Teresa (Quelimane)
A lembrança da mãe a resgatar por um momento a alma de um cipaio. Tocante, a história contada pelo seu pai. E adorei o modo como você a reproduziu. Pude ver nítidamente paisagens e cenas.
ResponderEliminarQuerida, também ando um pouco ausente, por conta dos problemas de saúde de mamãe. No tempo possível, vou tentando visitar os amigos.
Um beijo, amiga. Uma boa semana. Inté!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAmiga
ResponderEliminarTanto algodão...LINDOOOOOOOOO
Parecia a fazenda do meu sogro...
Um beijo
C omeço por dar os parabéns
E é lindo chegar a estes números
M uitos anónimos passaram na África em Poesia
M uitos amigos vieram dar um beijo
I limitada a minha felicidade
L inda esta ligação bem forte...
V im a medo para a blogosfera
I maginava que não ia ficar
S em grandes ambições vim e adorei
I mediatamente chegaram amigos
T antos e tão bons que agradeço...
A braço-vos neste momento
N ão deixaremos de brindar com champanhe
T eremos o saboroso bolo de chocolate
E é graças a Vós que guardo no coração 100.000
S erei sempre vossa amiga-Gosto muito de cada
um de vós!...ao vitor um beijo especial
LILI LARANjo
Minha querida que lindas palavras em poesia me enviou, que bom ter amigos tão poderosos e amáveis como eu tenho com todos vocês juntos não à doença que persista por muito tempo, qualquer morto se levantará da tumba.
ResponderEliminarQue Deus proteja os meus amigos mesmo aqueles que não vem comentar mas nunca me esquecem, eles se comunicam por outras vias, beijinhos de luz e muita paz
Uma história que mexe profundamente com nosso emocional... Um belo texto.
ResponderEliminarBeijinhos, amiga.
Ceiça
Olá querida! Que história linda!!!
ResponderEliminarConheci seu blog através do blog de um irmão, e fiquei feliz em saber que anda no Caminho, que é o Senhor Jesus.
Postei mensagens feitas com amor para edificação de nossas vidas.
Aguardo sua visita e comentário...
Se gostar pode tornar-se seguidora, será um prazer!
http://frutodoespirito9.blogspot.com/
***Shalom***
Una historia tan conmovedora querida Graca. Bien por la liberación de la esclavitud!!!
ResponderEliminarcariños
Olá Graça!!!
ResponderEliminarConheci o seu lindo blog através da indicação e do post da amiga Malu! Vim aqui te deixar o meu carinho e parabenizá-la pelo conteúdo.
Sem dúvida alguma a blogosfera é rica e você é mais uma prova disso!
Grande beijo,
Jackie
Olá Amiga bom dia:
ResponderEliminarPois é Graça, este post mostra uma grande realidade que, em parte, eu sou testemunha de alguns casos que por lá se passaram e que, ainda mais fulgurantes que este nunca mais os esqueci onde ainda hoje sonho com eles.
A realidade de tudo isto, foi o que nos levou ao tempo em que agora este país se encontra.
Escravidão tortura e falta de amor por aquilo que tanto lutamos e fizemos nada disso contou porque, o interesse dos tubarões que fizeram disto uma bandeira levou este país ao estado actual.
Aquilo que aqui dizes à Ná é uma grande realidade.
O chamar de Retornados foi uma sigla imposta pelos grandes parasitas que engordaram as suas contas nos bancos estrangeiros tal como dizes na Suiça e até na África do Sul nessa altura porque a isso eu assisti.
Vampiros que sugaram o sangue de quem lá trabalhava arduamente na conquista de uma vida melhor.
Daquilo que vi e assisti naquele tempo por lá,
só me restam as saudades daquelas gentes boas que por lá conquistaram o meu coração assim como bons momentos vividos em conjunto com essas gentes, pena foi, o ver outras gentes que em nada contribuíram para uma melhor união entre todos que por lá existiam onde apenas olhavam para o umbigo delas.
Também te posso dizer que, ao regressar de lá apenas trouxe comigo 100$00 para uma longa viagem de quase um mês e chegar cá ter que recomeçar uma nova vida com sacrifício suor e por vezes lágrimas, se algum dinheiro cá tinha ao chegar cá, foi derivado a que durante os anos que lá estive todos meses metade do que lá ganhava vinha para cá e ser guardado para o meu regresso.
Não digo que tenho vergonha de ser português porque o país não tem culpa de tudo o que se passou mas sim, os homens que no meio disto tudo, deram asas a que dentro de todas estas passagens foram defacto uns autênticos monstros.
Portugal é o meu país, amo este país por aquilo que sempre desde a minha juventude ele me fez ver para crer e, de tudo o que de bom por cá existia e ainda existe, eu não o posso esquecer mas os Monstros Devoradores desta terra tão linda à beira mar plantada, são os verdadeiros Cipaios e Carrascos que tão bem nós conhecemos e destruíram tudo aquilo que de bom nós tinha-mos.
O outro lado da colonização e também da descolonização é bom que aqui o descrevas porque, de tantos seguidores e visitantes que tens aqui neste teu tão belo cantinho possa vir a saber algo que nunca imaginaram existir e que foi a realidade desses tempos jamais esquecidos.
Contar muito daquilo que era barbárie lá daria um grande livro mas, episodicamente as verdades se vão revelando a quem nem sequer tem uma pequena noção daquilo que era aquelas terras tão ricas mas que os Vampiros as destruíram.
Bom post este que aqui nos dás e que muito enriquece este teu cantinho.
Bjos, felicidades e tudo bom te desejo amiga.
cresci ouvindo, também, muitas histórias desse tipo. Meus Pais eram filhos de Portugueses que, ricos, vieram para o Brasil e aqui adquiriram muitas terras e tinham além de plantação, gado de corte e gado leiteiro. Muitas histórias de covardia com os Colonos eu escutei, mas escutei, também, muita história de amizade, respeito e agradecimento aos Colonos. Lindo seu texto, me fez viajar para minha infância, quando na fazenda dos meus Tios eu, meus irmãos e primos brincávamos com os filhos dos colonos.
ResponderEliminarQuerida Maria Emilia
ResponderEliminarOs donos de muitas terras ou outras riquezas nem todos eram exploradores e faziam dos colonos seus escravos! Não! Havia muito boa gente que a par do que tinham, possuíam uma alma nobre! Estou-me a lembrar de uma família numerosa de Quelimane onde pais , filhos e noras, todos trabalhavam para o mesmo monte, juntando com o seu trabalho a sua riqueza. No entanto, quando se batia á sua porta, eram os primeiros a ajudar! E tantos outros!
Tudo isto foi despolotado porque classificaram todos "farinha do mesmo saco" e nós sabemos que não era assim! A nossa infância, minha e tua, foi passada no meio de um arco-íris: negros,mestiços, indianos e brancos. A prova é que num convívio realizado no dia 9 pp em Cascais, lá estava o dito arco-íris convivendo e dançando a marrabenta!
Mil beijos para ti!
Graça
Amiga Graça,
ResponderEliminarSó agora saio de uma forte gripe que me deixou os resquícios de uma tosse alérgica.
Comovente história. A escravidão é uma nódoa que não se apaga, ao contrário, sobressai e envergonha a humanidade.
Beijos no seu coração!!!
Muito emocionante!
ResponderEliminarPena que certos homens são tão cruéis que nem parecem ter pai, nem mãe, nem irmãos!
***
Beijinhos e feliz dia****
Lindíssima a forma como você narra os fatos. Meu coração sentiu e agradeceu...Bom estar aqui, Graça. Bjs.
ResponderEliminarOlá, Graça
ResponderEliminarFoi bom ter vindo aqui hoje.Gostei da maneira como descreveu a história. Gostei da recuperação de palavras que fizeram parte do léxico daquela altura e que, só por si, nos fazem viajar até ao passado de modo a podermos construir o presente com outros valores.Digo-lhe Graça que, a meu ver, isto é já fazer a História que nos falta.
Voltarei.
Beijo
Olinda
...en
ResponderEliminarel blanco
todo
el iris
blanco oro
oro ara
ara del campo...
un abraz mi querida GRACA :
j.r.s.
Querida amiga Graça!
ResponderEliminarVoltei para ler os comentários e reparo que fica implícito em alguns deles que há duas leituras a fazer a este texto.
Não penso assim.
O teu belíssimo texto, relembra um grupo (mínimo ((segundo dizes)) de pessoas que foram capazes de cometer atrocidades sobre os seus irmãos. Isso sim e só isso, neste contexto, me envergonha enquanto portuguesa.
Espero ter sido agora bem clara.
Beijinho
Olá Lis!
Esse Centro Cultural é lindo demais. Deu-me alguma "inveja" vê-lo assim tão belo por dentro e por fora.
Tão vivo e activo.
Parabéns também pelas fotos.
Ná
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarDesculpa amiga.
ResponderEliminarTenho tido dificuldade em comentar.
Elimina o comentário anterior, por favor.
Mais 1 beijo
Ná
Oi Graça, que historia emocionante e triste, eu adoro historias de época má essas historias sempre emociona. É por isso que eu gosto muito do poeta Castro Alves ele tinha uma paixão muito grande pelos escravos e as poesias dele eram sempre tão profundas! Belo posto Graça beijos.
ResponderEliminarQue bom que gostou da musica fico feliz.
ResponderEliminarÉ sempre bom ouvir as belas histórias que o passado marca. Vale à pena ler-te. Aprendemos muito com as tuas ricas palavras.
ResponderEliminarBeijo
Carlos,
Uma história comovente e muito profunda de sentimentos, acredito que sim, quem tem nobreza de caracter e bom coração, a cor da pele não faz a diferença. Compreendi perfeitamente a história vinda das terras de Mãe Africa, Moçambique, porque nasci lá á beira do rio Cuanza, bem no centro de Angola. Meu pai era comerciante e pude compreender anos mais tarde que nem todos os comerciantes eram justos. Fica bem :))
ResponderEliminarBeijinho ^_^
Graça,que história de arrepiar!Essa é mesmo de chorar!Linda demais e vemos mesmo que até o mais vil dos homens tem amor por sua mãe!Parabéns,amiga!Vc sempre nos encanta!Bjs,
ResponderEliminarEspero que todo homem deste tipo tenha um pouco de amor, beijo Lisette.
ResponderEliminarOi Graça! Belo conto amiga. bastante emocionante. Já tive oportunidade de ler histórias iguais, ou mesmo piores que esta. Quem sabe, o coração desse cipaio tenha sido tocado por algo, que o fez lembrar que também tinha ou teve mãe.
ResponderEliminarBeijos,
Furtado.
Amiga Graça!
ResponderEliminarNo local onde eu vivia em Angola, havia um grande campo desse algodão. Era beleza rara, parecia que havia nevado sobre as plantas.
Quero te ver lá na minha história de vida "Transpondo Barreiras".
Um grande beijo
História verdadeira e bem narrada como a Graça o faz,
ResponderEliminarMonhé
Graça
ResponderEliminarA sua narração é sempre um lindo presente!
Esta, em especial, encantou-me...
Que contadora de história é você!
Bravo!
Um abraço, cheio de encantamento.
Graça
ResponderEliminarNão há Adeus
Não há Futuro
e não é urgente haver...
Há quem escreva entrelinhas
Cheias de simbolismos a nascer
Há quem conte lindas histórias e saiba contar
sem contradizer.
Passadas, Presentes...e se forem Futuras... são
apenas ficção.
Verdade o que contou? Mas é Passado, contado no
presente...
Não deixa de ser linda! Mª. Luísa
Oi, Graça
ResponderEliminarAdorei vc ter aparecido lá no Amadeirado.
Mas vamos ao post: que história mais linda e emocionante. Valeu compartilhar conosco.
Em tempo: em 2008 conheci Vila Nova de Gaya, cidade linda. Sou filha de português e adoro seu país. Beijos com muito carinho!
.
ResponderEliminar.
.
. de olhos rasos . hoje não sei dizer mais nada . por.que a comoção é também este silêncio e até um grito em surdina .
.
. de olhos rasos . deixo um beijo muito especial .
.
. pelo tanto que nos dá .
.
. pelo tanto que nos é .
.
.
O que dizer?
ResponderEliminarCaso sabemos que raro, uma diferença na simplescidade, o que na verdade sabemos que todos no mundo tem ou já tiveram mãe e isto faz sentido, mas naquela estação, sofriam, sofriam todos na injustiça da violência com que se rompiam as dignidades em formas frias, sofridas.
Não tem como lê o texto e não senti-las através de tua narração...
Noite de paz pra ti
Bjs
Livinha
Uma história triste, mas que narra lindamente o que é o amor de mãe e filho.
ResponderEliminarE lá no fundo até os brutos podem ter compaixão.
beijos
Graça !
ResponderEliminarEu vim convidar pra ver meu último vídeos, no Blog SENTIMENTOS.
http://sentimentos-jacque.blogspot.com/
Beijo
De vez em quando passo por aqui e encanto-me!
ResponderEliminarAnónima de Lisboa
Querida Graça,
ResponderEliminarAo ver esta imagem, quanta saudade senti destes imensos mares de algodão que se perdiam no horizonte! Foi quando estive em Alto Moloqué, talvez conheças. Foi das coisas mais fantásticas que ficaram nas minhas recordações! Como o tempo passa!!!
Beijos,
AL
Querido Al
ResponderEliminarNão te esqueças que eu conheço a Zambézia toda!!
Tens razão ,plantações de algodão e as do chá, eram autênticos paraísos! Tivemos a felicidade de os vivermos.
beijo
Graça
Graça, minha querida
ResponderEliminarQue história emocionante! Duplamente. Pela realidade e veracidade envolvente e pela mestria com que foi escrita. Fiquei com um nó na garganta. Nada se compara ao amor de mãe e filho.
Beijinho
Olá, Graça boa tarde!
ResponderEliminarEsta violência caminha até hoje, agora neste momento deve ter alguma mulher sendo espancada, ou mesmo morta pelos gordalhões da força.
Obrigada pela visita, amei sua presença.
Desejo um feliz final de semana.
Nossa, Graça, que linda e emocionante essa história! Comoveu-me profundamente.
ResponderEliminarHistórias que envolvem mães e filhos sempre mexem muito comigo. Sempre exaltam o mais puro sentimento humano: o amor incondicional e desinteressado.
Obrigada pela sua visita, amiga! Minha filha melhorou da crise, ainda na espera, mas com certa tranqüilidade agora.
Fique com Deus, amiga, beijo grande.
"A música é a revelação superior
ResponderEliminara toda sabedoria e filosofia."
(Beethoven)
Beijo e meu carinho sempre...M@ria
Graça,
ResponderEliminarA história que tão bem nos conta é um grito de humanidade. E depois, sabe, gosto dessa sua formação humanista.
Beijo :)
E porque a palavra MÃE é, também ela, universal.
ResponderEliminarBeijo.
Boa noite, Graça
ResponderEliminarO teu texto comoveu-me. Uma lagrimita rebelde quis assomar aos meus olhos (e eu não sou de lágrima fácil...).
Os sete anos que tenho de África (passados em 3 (actuais) países) foram vividos de forma muito diferente da tua, Casos desses não aconteciam "entre nós", o que não sifnifica que não tivesse deles conhecimento.
É uma página negra da nossa colonização, que, embora diminuta, foi marcante pela desumanidade.
E assim se geraram ódios que vitimaram tantos inocentes!
Uma "conversa" que dava pano para mangas.
Fico aguardando "o outro lado da descolonização".
Tenho uma irmã que foi professora em Moçambique que também foi "retornada"...
Bom domingo. Beijinhos
Essas histórias são maravilhosas,merecem ser contadas e recontadas pois é um aprendizado muito valioso tanto para quem conta quanto para quem ouve ou lê rs.
ResponderEliminarParabéns,tudo muito lindo!!!
Beijos mil amada.
Ciao Graca,buona pasqua a te e ai tuoi familiari!!
ResponderEliminarUn abbraccio e un bacio!
Ciao!
Franz
Minha querida amiga Graça Pereira,
ResponderEliminarMuito obrigada pela amabilidade e paciência que tem em lêr os meus 'escritos'.
Tudo farei para continuar a ocupar o espaço onde os meus queridos seguidores se possam deliciar com os meus contos sempre baseados em factos reais.
Desejo-lhe uma Páscoa muito feliz, com muita alegria e paz em companhia dos seus familiares mais queridos.
Um beijo
António Sanches
Olá Graça!
ResponderEliminarQue linda história de seu pai e como a contou. Emociona sim. Todos temos nossas falhas ainda e penso que aprendemos com o passado,mesmo apesar dos que insistem em perpetuar as atitudes desumanas. Sempre haverá estas minorias que se aproveitam de outros,mas devemos lutar,protestar contra isto do modo como pudermos.Escrever, contar "causos" é uma das maneiras, pois faz refletir.
Beijos e até qualquer dia, quando virei novamente do Brasil, num instante, para visitá-la em Portugal ou na África... rs.....
Vera Alvarenga
O chicote foi substituindo por actuações diferentes, mas sente-se e faz chorar também, é mais diplomático! Come-se algodão doce para esquecer essas lágrimas salgadas.
ResponderEliminarGrato pelo excelente comentário a Mãe.
Dois beijos