Estamos no pino do Verão e as temperaturas elevadas vão-nos derretendo… embora Portugal continue a ser um jardim à beira mar plantado… pelo menos no que concerne a clima ameno… se atendermos aos 40/43º que se fizeram sentir na Rússia e um pouco menos … pela Itália!
Pessoalmente estou feliz pois estes dias fazem-me lembrar o longínquo tempo do meu Chuabo! Já não tenho o redondo da minha varanda, nem os Bons Sinais à minha disposição para me refrescar… mas tenho o meu jardim e o quintal onde há um pessegueiro enorme carregado de frutos que, á noite, perfuma a brisa que passa por ali… e na minha mesa de cabeceira, há um velho leque feito de folhas de palmeira que os mufanitas vendiam pelas ruas de Quelimane… a troco de uma quinhenta!! Este, tem quase a minha idade e acreditem que, quando me abano com ele, sinto o murmurar das velhas palmeiras e as doces recordações de um tempo que não volta… a não ser na minha memória!

Pois o meu leque, fez-me lembrar uma velha lenda.
Há muitos séculos na China, existia uma donzela de formosura rara: Kan-SI, filha querida de um poderoso mandarim. Era a época de calor e era noite de festa no palácio do mandarim.
A linda Kan-Si assistia à festa dos Crisântemos – ou das tochas, no dizer de alguns contistas.
A lei proibia que a filha de um mandarim mostrasse em público o rosto, de forma que as lindas feições de Kan-Si estavam ocultas por uma máscara.
O calor e a máscara sufocavam a pobre chinesinha que, não podendo mais, resolveu tirar o incómodo objecto… Mas como fazê-lo sem infringir a lei? Sem que o âmbar da sua pele cetinosa e o sorriso dos seus lábios de coral, ficasse exposto aos olhares indiscretos?
Uma ideia súbita fez sorrir a sua boca vermelha e … desprendendo a máscara mas segurando-a junto ao rosto pôs-se a agitá-la rapidamente…
As faces coradas iam refrescando e o movimento rápido envolvia-lhe o rosto encantador numa espécie de véu que o encobria de olhares profanos.
As outras senhoras das famílias dos mandarins, acharam a ideia excelente e, dentro de pouco tempo, dez mil mãos agitavam as suas máscaras…

E assim, segundo a lenda, nessa noite de festa, quente e perfumada, entre luzes e crisântemos, as mãos delicadas de uma linda rapariga criaram o leque, a mais poderosa arma que tem servido à garridice feminina… ainda hoje… mesmo que o leque seja apenas o programa de um concerto!
Graça
Pessoalmente estou feliz pois estes dias fazem-me lembrar o longínquo tempo do meu Chuabo! Já não tenho o redondo da minha varanda, nem os Bons Sinais à minha disposição para me refrescar… mas tenho o meu jardim e o quintal onde há um pessegueiro enorme carregado de frutos que, á noite, perfuma a brisa que passa por ali… e na minha mesa de cabeceira, há um velho leque feito de folhas de palmeira que os mufanitas vendiam pelas ruas de Quelimane… a troco de uma quinhenta!! Este, tem quase a minha idade e acreditem que, quando me abano com ele, sinto o murmurar das velhas palmeiras e as doces recordações de um tempo que não volta… a não ser na minha memória!

Pois o meu leque, fez-me lembrar uma velha lenda.
Há muitos séculos na China, existia uma donzela de formosura rara: Kan-SI, filha querida de um poderoso mandarim. Era a época de calor e era noite de festa no palácio do mandarim.
A linda Kan-Si assistia à festa dos Crisântemos – ou das tochas, no dizer de alguns contistas.
A lei proibia que a filha de um mandarim mostrasse em público o rosto, de forma que as lindas feições de Kan-Si estavam ocultas por uma máscara.
O calor e a máscara sufocavam a pobre chinesinha que, não podendo mais, resolveu tirar o incómodo objecto… Mas como fazê-lo sem infringir a lei? Sem que o âmbar da sua pele cetinosa e o sorriso dos seus lábios de coral, ficasse exposto aos olhares indiscretos?
Uma ideia súbita fez sorrir a sua boca vermelha e … desprendendo a máscara mas segurando-a junto ao rosto pôs-se a agitá-la rapidamente…
As faces coradas iam refrescando e o movimento rápido envolvia-lhe o rosto encantador numa espécie de véu que o encobria de olhares profanos.
As outras senhoras das famílias dos mandarins, acharam a ideia excelente e, dentro de pouco tempo, dez mil mãos agitavam as suas máscaras…

E assim, segundo a lenda, nessa noite de festa, quente e perfumada, entre luzes e crisântemos, as mãos delicadas de uma linda rapariga criaram o leque, a mais poderosa arma que tem servido à garridice feminina… ainda hoje… mesmo que o leque seja apenas o programa de um concerto!
Graça