No primeiro cruzamento antes da nossa casa ficavam duas casas gémeas dentro do estilo colonial, edificadas no século XIX e que tinham umas escadinhas redondas que assentavam mesmo na nossa rua. De um lado morava um médico veterinário muito conceituado na época e do outro, uma velhota, a “viúva do senhor General”, como anunciavam os empregados negros a todos os serviçais da rua… Aliás, eles eram os melhores conhecedores dos patrões e ventilavam todas as novidades.
Mais tarde, as casas foram abaixo para dar lugar a um prédio moderno de andares, onde se instalou a nova Casa Bulha.
Mas voltemos ainda ao tempo da viúva do senhor General. Num terreno pegado com o lado dela haviam imensas amoreiras que a garotada, ao sair da escola, assaltava empanzinando-se de amoras. Bocas vermelhas, mãos e bibes pintalgados de roxos e vermelhos e nos bolsos mais amoras para tormento das nossas mães. Os rapazes gritavam para nos assustarem: “Gostas de amoras? Vou dizer ao teu Pai que já namoras”. Aquela cantilena enfurecia-nos e abandonávamos mais cedo o campo de batalha.
Ao passarmos pela janela da velhota ouvíamos a primeira reprimenda: “ Vejam meninos em que estado vão para casa. Coitadas das vossas mães!” - Nós encolhíamos os ombros e mal lhe ligávamos…
O tempo passou e esquecemo-nos das amoras para nos dedicarmos a outras coisas. Os livros foram sempre a minha grande paixão e eles passeavam de mão em mão, alimentando os nossos sonhos. Havia uma revista mensal sobre cultura que nós devorávamos com ansiedade. Procurávamos avidamente a página assinada por “ Maria Fernanda”.
“ Se eu escrevesse, escreveria exactamente como ela”. Tanta afinidade…
Às vezes, reunidas na minha varanda, pensávamos: “E se lhe escrevêssemos uma carta?”
A sugestão aplaudida por todas nós manteve-se, porém, em projecto.
Quando passávamos pela casa da vizinha do princípio da rua ela estava quase sempre á janela.
Nós riamo-nos (a juventude é, por vezes, irreverente...)
- Deve ter um banquinho para chegar à janela…
- Pensará ela que é a carochinha, à espera do seu João Ratão?
As gargalhadas não paravam…
Por vezes, encontrávamo-la na rua. Tudo nela era velho e ridículo, desde a bolsinha pendurada no braço ao chapéu-de-chuva, seu eterno companheiro em dias de calor ou de chuva. Tinha uma voz esganiçada e rouca, principalmente quando se zangava com o gato, o que acontecia muitas vezes. Gato, aliás, gordo e sedoso que ela amava sem ver correspondido o seu amor. O gato fugia para a nossa casa. E ela, debruçada da sua janela, impaciente, congestionada e instável, chamava sem parar pelo gato. Uma de nós ia levá-lo e ela aproveitava para estabelecer relações, convidando -nos a entrar e fazendo-nos até perguntas que apelidávamos de indiscretas.
A minha mãe desculpava-a: “Coitada, vive só. Nunca se sabe a que tempo se chega…”
Os seus empregados diziam aos nossos que ela passava a vida a espiar-nos e queria saber tudo o que nos acontecia. O facto criou-nos um certo mal-estar. Por isso, ouvíamos com certo alívio a notícia que corria pela rua: falecera a viúva do General!
Para nós, com o desrespeito próprio da juventude, a notícia tinha um certo ar de limpeza.
Mas a minha mãe, submissa a preconceitos, vestiu-se de preto e reservou uma hora para velar o cadáver. Nós retorquíamos: “ Se nunca lhe fizemos companhia em vida, que significado tem irmos lá agora depois de morta?”
A minha mãe foi inabalável perante qualquer argumento. Nós brincávamos: “ Vais ser herdeira do gato?”. Tudo nos servia de gáudio sem vislumbrar que, momentos depois, nos custaria aceitar o desaparecimento da velhota de esquina.
A mãe chegou emocionada:
- E não sabiam vocês quem era ela…
Mas quem poderia ser a velhota do gato, de voz roufenha, dos beijos imundos, da curiosidade doentia?
- Que pena não a ter conhecido melhor. Agora já não tem remédio. A viver tão perto de nós e ao mesmo tempo tão longe. Olhávamo-nos confusas. A minha mãe estaria a falar da mesma pessoa que nós pensávamos…
- Casa tão linda, cheia de livros, piano, recordações de todo o mundo. Viajou muito, era muito inteligente. Teria sido interessante conversar com ela. Pensar que nunca aceitámos os seus convites…
Parecia-nos exagero aquele súbito remorso.
- Seria admissível uma segunda personalidade em figura tão absurda?
- Sim é sempre admissível uma segunda personalidade. E eu já tinha idade para o saber. Não me perdoo a mim própria. “Quem vê caras não vê corações”, é bem certo o ditado.
Pois a viúva do General era nem mais nem menos do que a Maria Fernanda.
-Qual Maria Fernanda? - Perguntámos num grito.
- A Maria Fernanda, a jovem da vossa idade ou com filhas também jovens como diziam… Andamos tão enganados quando nos deitamos a adivinhar pessoas. Maria Fernanda, cujos contos vos apaixonavam e que agora não voltarão mais a ler…
Sufocávamos em lágrimas, agora era tarde para a podermos amar.
Que linda história Graça!. A vida as vezes nos pega cada peça, que nem acreditamos. Mas também eram muito jovens para pensar em consequências.
ResponderEliminarBeijos
Esta história de outros tempos leva-me a pensar nos de agora em que não conhecemos sequer, nem de vista, os vizinhos do mesmo andar.
ResponderEliminarBeijo
minha querida graça
ResponderEliminarÉ sempre com muito prazer que leio as tuas histórias, que são vida...reais.
Realmente ainda hoje por vezes não conhacemos as pessoas que vivem no prédio que habitamos.
gostei muito.
Beijinhos com carinho
Sonhadora
Esta leitura também fez-me lembrar de quando eu morava com meus pais e irmãos e todos os fins de semana nos reuníamos na praça, com os outros vizinhos e era sempre uma festa. Uma delícia!
ResponderEliminarHoje, de verdade, nem sei o nome dos meus vizinhos mais próximos...
Amiga Graça, estarei em Lisboa na segunda quinzena de outubro e gostaria muito de ter contato contigo. Podes mandar-me teu telefone para o meu e-mail? violet732@gmail.com.
Beijinhos e fica feliz
Ceiça
Graça que história surpreendente. Quem iria imaginar que essa senhora, à janela, prestando atenção as brincadeiras juvenis era a Maria Fernanda. E pensar que ela estava tão pertinho! Coisas da vida mesmo, né?
ResponderEliminarUm beijo
Graça, amada!
ResponderEliminarUAU que história... Viajei no tempo... Tempos que havia tempo de prosear, de quando vizinhos eram amigos... E como a "Acácia Rubra" fiquei aqui pensando, nesses tempos mais que modernos que dos vizinhos só damos o bom-dia quando calha de encontrar!
Beijuuss n.c.
Rê
www.toforatodentro.blogspot.com
Assim é a vida, querida Graça.
ResponderEliminarSe soubessemos de tudo e de todos talvez não seriamos quem somos.
Tudo isso faz parte da vida.
Vê lá, que hoje, tens uma linda história pra contar e consegues fazer com que cada um de nós vivencie intensamente o que viveste.
Beijinhos e grata
O tempo desfia
ResponderEliminaras eras
as horas
e a história.
E passa,
e foge
ou conduz.
Tácito
pois é...
ResponderEliminar"só se vê bem com o coração, o essencial é invisível para os olhos"
amanhã vou estar mais atenta às janelas, aos gatos e às crónicas dos jornais!
podemos ser tão cruéis, quando avaliamos e julgamos os outros
beijinhos, Graça
manuela
Belíssimo texto minha querida.
ResponderEliminarParesse até "coisa" de mineiro(quem nasce aqui em Minas Gerais).
Bjs.
Olá Graça
ResponderEliminarMais um "vasculhar" de memórias.
Como sempre um texto soberbo, límpido que nos prende desde o início.
Bjs.
Surpreendente! Como nos enganamos a respeito das pessoas, às vezes apenas porque, conforme diz, não nos damos ao "trabalho" de as conhecer.
ResponderEliminarMais uma lição de vida, numa narrativa cuidada e absorvente.
beijo meu
Uma lição e tanto. Ainda bem que aprendeu cedo tem gente que não aprende nunca.
ResponderEliminarAdorei a estória.
beijos
Graça,sua história é linda,mas é isso mesmo:"as aparências enganam".A maioria das pessoas dão muito valor para a embalagem,esquecendo o que vem dentro.
ResponderEliminarQuando mesmo vc vai lançar o seu livro?Me avise, pois quero estar no "lançamento"..rsrs
Como vai o Nuno?Beijos
Emília
Boa noite Graça,
ResponderEliminarrealmente quem vê caras, não vê corações, assim como as aparências iludem e, nem tudo o que parece é.
Vocês eram muito jovens e, como tal tinham a imaturidade própria da idade.
Gostei muito da história, uma bela mensagem que incentiva à reflexão.
Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas
Es maravilloso como lo has escrito. tan especial se siente..
ResponderEliminarTodo un placer leerte siempre..
Un abrazo
Con mis
Saludos fraternos...
Eis aí uma bela lição. As pessoas só acreditam no óbvio. Só valorizam o frasco, quando sentem o aroma da essência.
ResponderEliminarBela história amiga.
Beijos,
Furtado.
Que linda história de exemplos profundo. Nos levando a refletir..
ResponderEliminarLigados vivemos sob o disfarce da aparência, que nos engana, as vezes humilde, outras vezes no visto da luxúria, atraindo afinidades, pessoas que lhes sejam atrativas.
Verdade seria nos dar ao tempo, um momento de conhecer o interior de tudo, para encontrar a razão mais plena, aquela nos desse ao convite.
Graça minha querida, eu já t disse isto e não me canso de repetir. Adoro teus contos, histórias tão lindas, cheia de ensinamentos, como admiro tuas escritas, tua forma de expor os pensamrntos até mesmo em teus comentários que gosto tanto de ler.
Belo texto sempre!
Bjs
Livinha
Graça,
ResponderEliminarQue comovente a tua história. Me fez lembrar de muitas que também vivi em criança. Também tínhamos o hábito catar amoras, jamelão e laranjas. Cresci numa cidade que foi a "terra das laranjas", hoje, só nos mercados.
Qualquer dia eu conto a história de uma vizinha que tive e que também me surpreendeu em criança.
Foi bom relembrar.
Bjs.
Oi Graça !!!!!!! Linda História.......
ResponderEliminarObrigada pelo comentário no Blog JARDIM DAS BORBOLETAS !!!!!!!!
Eu vim convidar para assistir meu novo vídeo, no Blog SENTIMENTOS. Depois de muito tempo sem postar nada, agora com um poema da amiga Estela, sobre a obra de Mário Quintana.
Beijoooooooo
Jacque
Amiga Graça
ResponderEliminarQue estória significativa.
Só depois de termos perdido algo ou algém damos conta da importância que tem e tinha para nós.
Por outro lado, muitas vezes apenas vemos as aparências e elas iludem.
É sempre bom darmo-nos ao trabalho de em vez de julgarmos, procurarmos conhecer mais e melhor.
Obrigada pela linda reflexão
Gosto muito do seu cantinho.
Beijinhos
Utilia
Olá Amiga Graça!
ResponderEliminarEsta história transportou-me aos tempos de menino, e recordar algumas palavras que eu nunca mais tinha ouvido, como "impanzinando-se, gostas de amoras vou dizer ao teu pai que já namoras, e esganiçada". Só que no meu caso pagava dez tostões para comer amoras, e depois apanhava da minha mãe, por ir todo cheio de nódoas de amoras para casa.
No princípio da minha rua
morava lá um velhinha
tinha um gato vadio
fugia para a casa da vizinha
Era a mulher do General
tinha a voz enganiçada
era aquela mulher afinal
que escrevia para a criançada
As aparências enganam
sempre tenho ouvido dizer
aconteceu com Maria Fernanda
aquela pobre solitária mulher
Um beijinho grande,
José.
Infelizmente o ser humano nem olha para seu lado, paz.
ResponderEliminarBeijo Lisette
quando coisa a gente não perde na vida, por olhar, sem saber ver.
ResponderEliminarbjs minha querida.
Meus olhos se mostram rasos d'água,
ResponderEliminarquando me faltam palavras...
Obrigado.
Bjs
Livinha
E assim, por puro preconceito contra a velhice - muito proprio dos jovens - perdem-se oportunidades de convivências que seriam muito proveitosas, não é mesmo? É que, quando jovens, acreditamos que a velhice seja apenas uma fantasia que nunca nos atingirá, que nunca seremos aquela figura marcada pelo tempo, desgastada, triste, que venos nas pessoas mais idosas. Porque, quando jovens, nunca imaginamos o quanto de beleza e sabedoria, o quanto de bondade e amor, pode ocultar-se sob a aparência por vezes até desagradável daquele ser que vai terminando de cumprir seus caminhos...
ResponderEliminarAdorei o texto, Graça.
Beijos
Graça
ResponderEliminarVemos o que queremos!!! Que pena que não se permitiram conhecê-la... Teu texto, como sempre, maravilhoso!
Beijos
Anne
Ufaaa,,, deslumbrei com sua história, não só pelo conteúdo e mensagem implícita, que me levaram a ler até ao fim, facto pouco comum nos blogues que visito, mas também pelas suas palavras, como que desenhos perfeitos de aguarelas que farão decerto viajar no tempo e relembrar nostalgias de infância e todos que venham a ler suas palavras!
ResponderEliminarBrilhante seu modo de escrever cara amiga, parabéns!!! Abraço, Zé Maria
P.S.- E muito obrigado pelas dicas que me dá no que refere ao meu projecto, seguirei decerto muitas delas!!!
Querida amiga, saudades do tempo que vizinhos eram pessoas amigas, que conversavam, trocavam receitas. Hoje não conhecemos o vizinho do lado, isso é muito triste...Linda história...Beijocas
ResponderEliminarOlá Graça
ResponderEliminarTenho andado num pico de stress por isso não te respondi há dias, aliás voltarei aqui em breve para ler este texto, pois os teus postes dão-me sempre um bom momento de leitura. Fico extremamente contente por teres contigo a minha "dama da noite" é tal e qual como está na foto e fzr-me companhia todas as noites, ofereço-ta com todo o prazer.
Beijinhos
Volto breve
Querida Graça!
ResponderEliminarTenho um sorriso no rosto... de orelha a orelha...
Simplesmente porque é tão bom ler-te, tão bom mesmo!
Amiga, quantas vezes julgamos mal as pessoas e não danos oportunidade a que elas se nos revelem.
Lamentavelmente, esse facto não fica só pela irreverência dos jovens, não ela acompanha-nos pela vida fora, quer queiramos ou não, ela instala-se e enganamo-nos tantas vezes durante a vida toda.
O teu conto, lembrou-me logo a senhora do gato preto, por quem eu a as minhas amigas passávamos a caminho da escola e a quem chamávamos de "bruxa".
Coitada da senhora...
Moral da história: As aparências iludem :)
Não julguemos ninguém sem que primeiro tenhamos dado oportunidade à pessoa de se revelar.
Assim tento eu fazer, sempre, e não me arrependo, mesmo quando permito que alguém entre na minha vida para me magoar depois.
Beijinhos muitos e doces,
Ná
PS
Isto já está longo demais, mas diz-me quando estás a pensar passar por cá, tenho que organizar a agenda :)))))))
Que bella historia del princio al fin !!!
ResponderEliminarImpresionate, perfecta...
Adoro tu blog siempre me das amor y con el felicidad !
un beso amiga del alma
sonia abuela de una niña celiaca
Este blog é de facto especial :)
ResponderEliminarFaz bem aqui entrar por ele deixar os nossos olhos repousar o pensamento viajar...
Histórias que nos enchem de mais vida, gostei, gosto de as ler e sentir.
Há um selo, um mimo merecedor deste espaço num dos meus espaços, no www.atomovida.blogspot.com
Peço desculpa por apenas agora o dizer, mas ando a fazê-lo aos poucos, conforme me é possível e a alma o permite...
Beijo com amizade da Luz
Trazendo beijos carinhosos de lindo final de semana pra ti querida.
ResponderEliminar""(...) Deveria chamar-te claridade
ResponderEliminarPelo modo espontâneo
Franco e aberto
Com que encheste de cor o mundo escuro..."
...(Vinicius de Moraes)"
Beijos perfumados prá voce!! M@ria
Gracinha: tens um dom para contar histórias, escrevendo-as! a vida, quando somos pequenos, muda ,de repente... somos tão brutais, na nossa inocência!
ResponderEliminarAs lágrimas vertidas depois...são a reparação que a consci~encia exigia...Adorei!
BEIJOS DE
Mª ELISA
Graça,aqui estou novamente,mas desta vez é para desejar-lhe um fim de semana de paz e muitas alegrias.Amo os comentários que vc deixa no "Simplesmente Emília".Vc é especial...
ResponderEliminarUm abraço no filhote,tá!!
Emilinha
Graça, amiga, há tantas "Maria Fernanda" por esse mundo fora, às vezes ali bem ai pé da porta!... Coisa terrível, o preconceito!
ResponderEliminarBeijinho
Graça,
ResponderEliminarPubliquei no meu blog Veredas (http://pedrolusodcarvalho.blogspot.com), um dos contos do Cesar Cruz, para ajudá-lo na divulgação do seu livro O homem comprimido.
Gostaria que desses uma lida nesse conto: AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ – Cesar Cruz
Abraços,
Pedro.
Graça, que narrativa perfeita. É uma viagem no tempo. Todos nós em algum momento vivemos situações parecidas. O preconceito é uma forma cega de ver a vida.
ResponderEliminarUm abraço.
Querida amiga, que vontade tenho dos tempos que eu morava em casa terrea com vizinhança umas boas outras levavam o nome de fofoqueiras da rua
ResponderEliminarQue saudades...
hoje não conheço nem mesmo a vizinha do andar do predio...adorei ler sua escrita
Ah! fico feliz com sua visitaem meu blog, seu comentário é sempre carinhoso
Abraços ótimo final de semana, regado de muito amor..
Preciosa Maria
Graça,vc tem o código do selo comemorativo das 102.000 visitas?
ResponderEliminarColquei todos os outros dentro de uma barra de rolamento(veja lá no blog) e só não consegui colocar o seu, pois me falta o código.
Se for possível, gostaria muito de colocá-lo tbém
em minha pequena galeria de selos.Ibrigada...
Emilinha
Graça
ResponderEliminarNa realidade a juventude é irreverente e cruel.
Eu também o fui com pessoas de quem não gostava, não falava e mais tarde descobri gente de valor.
Sofia de Mello Breyner, a conheci muito bem, todas as semanas a encontrava num determinado lugar, onde eu também ia e ficava muitas vezes ao lado dela - durante muitos anos!
Nunca lhe dirigi a palavra e nunca gostei dela!
Hoje tenho orgulho e alguma vaidade, em dizer isto que acabei de contar.
Mas nunca dirigi a palavra, a uma poetisa de sonho que esteve vezes sem conta sentada ao meu lado. Até parece mentira, mas é a Maior Verdade.
Que arrependida estou, Deus meu e eu...já escrevia poesia. Que estranho, todas as semanas a encontrava, no mesmo lugar em Lisboa, que eu
também frequentava.
Verdade Graça, eu estive anos seguidos a encontra-la todas as semamas, a sentar-me ao lado dela e a evitar olhar para ela.
Não mais a posso esquecer! E que sofia no lugar
em que se encontra, sorria e me perdoe.
isto a propósito da tal velhota, cheia de valor,
a quem ninguém falou...
Beijos,
Mª. Luísa
OLÁ GRAÇA
ResponderEliminarcomeço por agradecer a tua visita ao meu cantinho.
TU és um pessoa especial e o teu blog é também um reflexo de ti, ou seja muito especial.
Mais uma lição de vida que nos trazes tão bem narrada, pois cada vez mais as pessoas não olham para o lado e sim para o seu próprio umbigo...
Gosto particularmente das tuas descrições com todos os pormenores:
de um lado morava um médico veterinário muito conceituado na época e do outro, uma velhota, a “viúva do senhor General”...onde se instalou a nova Casa Bulha.
Sabes que, mais precisamente na cidade da Beira, onde nasci também havia a famosa Casa Bulha...???
Olha, vou ver se consigo fazer um post a agradecer o selo que me deste, não me esqueci.
Bom fim de semana.
Beijos.
Graça, essa história me fez lembrar daquele ditado que diz: 'Quem vê cara não vê coração'. Às vezes a vida nos faz refletir através de peças assim, não é mesmo?
ResponderEliminarUm grande abraço, amiga!
Luísa
Linda história, sem dúvida.
ResponderEliminarQuanto ao teu brilhante comentário no meu blog, poderei adiantar-te que efectivamente o filme está a ser rodado.
Faltará nestes casos fundos para financiar o mesmo (o trivial)
Quanto à Dalila, óbviamente ela estava presente, era a realizadora e fez a foto p'ra posteridade.
Para finalizar direi, és uma querida, adoooorei as tuas palavras e parece que o Sansão pegou de estaca pelos comentários que surgiram a seguir ao teu.
Beijokasss enormes
Maravilhoso texto, como sempre! Toda vez que tenho tempo de vir aqui abasteço a minha alma. Abraços.
ResponderEliminarGraça, gosto muito de ler as suas histórias, sempre tão interessantes e tão bem contadas.
ResponderEliminarbjs e bom final de semana.
Belíssimo texto, como já estou habituada a ler a tua perfeita escrita. Deverias pensar em escrever um livro... porque és uma escritora nata.
ResponderEliminarEsta história de outros tempos leva-me a pensar nos vizinhos da actualidade em que não conhecemos sequer, nem de vista, e os vizinhos do mesmo andar!!
Parabéns, amiga.
Um bom fim de semana para ti.
Beijinhos.
Se move, nos move e muda
ResponderEliminarEm nosso intimo mais profundo;
È cheia, como a paixão que nos deu
Ora torna-se desnuda,
Dando voltas pelo mundo,
Aparecendo aqui e ali, a luz concedeu.
.
Betânia Uchôa
Feliz Sábado e beijos meus!M@ria
.
ResponderEliminar. e de tantas memórias se re.faz um presente que não se apaga da/na memória do tempo .
.
. e prosseguem por ora os dias em tons de amoras .
.
. que teimamos silvestres .
.
. um bel.íssimo texto a dizer tanto sobre o EU interior .
.
. um bom.fim.de.semana .
.
. um beijo meu .
.
Oi amada,
ResponderEliminarVim te agradecer o carinho e as lindas palavras. Belíssíma narrativa, pena mesmo as vezes não olharmos para o lado.. há tesouros.
Bju e bom final de semana.
Histórias que estão sempre na nossa memória e esta merece estar aqui. Tenho idênticas que memorizei em Angola.
ResponderEliminarQuando precisar de alguma foto, basta só solicitar.
Parabéns pelo eu precioso tempo e dedicação.
Abraço
Gosto do seu modo de contar as suas histórias de vida. Comtodos os detalhes,primorosamente.
ResponderEliminarBeijo
Ligia
A história está bem contada!
ResponderEliminarBom resto de fim de semana!
Bjs
Olá
ResponderEliminarComo eu gostaria de escrever assim!
Adorei voltar e ler
Beijinhos estrelados***
Já não sou do tempo destas casas, mas ouvi falar nelas!
ResponderEliminarComo sempre uma história bem contada! Gostei!
Beijo
Teresa (Quelimane)
Querida Graça,
ResponderEliminarPassei para desejar a continuação de um bom Domingo.
Beijinhos e tudo de bom.
Joana
Muito obrigada minha querida amiga,que bom teres voltado,muito bom ler o que escreves...esta a prova que fazes falta 61comentario..o que tive de andar para chegar ao fim
ResponderEliminarMuitos beijinhos e uma semana muito cheia de alegria e felicidade
Graça
querida graça,
ResponderEliminarVim aqui retribuir teu carinho e me deparo com mais uma beleza de postagem.....linda história viagei no tempo com ela...
Obrigado por tuas visitas e uma excelente
semana, rita loira.
Beijos
Olá Graça bom dia:
ResponderEliminarEis-me aqui no meu regresso de férias que, chegando cá deparo com mais um post maravilhoso de um relato historial onde os pormenores fazem dele uma beleza.
Velho é o ditado correcto amiga:
Quem vê caras não vê corações, e esta história tem isso mesmo, aquilo que se não vê por vezes é o mais valioso.
Como este teu Blogue cresceu tão rápido é caso para dizer:
Uma maravilha, cresceu em tudo 514 seguidores e mais de 100.000 visitas tendo ainda a valiosa apresentação é obra.
Que ele cresça mais e sempre mais é o que te desejo boa amiga, pois aqui está um exemplo daquilo que é a de dedicação e o bom gosto a uma causa que é tua e que é dada a todos nós que aqui vimos.
Bjos, bom início de semana felicidades.
Querida Graça!
ResponderEliminarQuem é que disse que a minha amiga não era uma poetiza de se lhe tirar o chapéu, pois eu tiro o meu chapéu, o teu poema é um grito junto ao meu grito, obrigada pelo poema, e por pensares como eu neste caso.
Eu contive-me e muito, mas não foi por mim, porque eu já quase não tenho medo de nada.
Um beijinho Grande,
José.
Olá linda :)
ResponderEliminarAinda bem que já recebes-te...
Obrigada por avisares :)
Beijinhos*
Olá querida.
ResponderEliminarTudo bem?
Sempre com histórias encantadoras!
Passei para desejar uma boa semana e deixar um beijinho!
M. Céu
Amiga Graça
ResponderEliminarÉ smpre prazerso parar aqui para me entregar a leitura de suas histórias. Essa história ntão nos mostrou a travessia das crianças, a rebeldia natural dos jovens que apesar disso se encantavam em ler, mas por mais que absorvessem o que essa leitura lhes ensinava, não enxergavam as delicadezas da vida que só o tempo nos mostra. Lindíssima lição de vida com suas tristezas, mas sempre com um toque de carinho.
Beijos carinhosos e uma boa semana
Que história tão bonita e cheia de verdades! Quantas vezes não tiramos conclusões precipitadas? Quantas vezes olhamos para a cara da pessoas sem nos preocuparmos em lhe conhecer o coração? Concordo com a sua mãe, Graça...quantas conversas agradáveis e proveitosas não se poderiam ter tido com uma pessoa capaz de escrever contos tão bonitos? Mas nunca é tarde para aprender e é com histórias como estas que vamos interiorizando que não devemos julgar as pessoas sem as conhecermos. Obrigada, amiga, pela linda lição. Um beijinho e até breve
ResponderEliminarEmília
Ficção ou realidade, a tua história, para além de muito bem contada, é uma lição para a vida.
ResponderEliminarParabéns pela narrativa: EXCELENTE.
Querida amiga, boa semana.
Um beijo.
Vim deixar um abraço, bjos e um pensar.
ResponderEliminarOrgulho e vergonha
Quase não dar saber que são irmão
parecem tão diferentes
O orgulho estufa o peito,
A vergonha abaixa a cabeça
O orgulho se exibe
A vergonha se esconde
O orgulho busca ser visto
A vergonha busca passar despercebida
Mas não se deixe enganar,
as duas emoções fluem da mesma fonte
E as duas emoções te o mesmo efeito
Elas mantém você longe
do Pai celestial.
O orgulho diz: você é bom demais para Ele
A vergonha diz: você é ruim demais para Ele
O orgulho leva você para longe
A vergonha mantém você longe
Se o orgulho é aquilo que vem antes da queda,
a vergonha é aquilo que impede
você de se levantar após a queda.
ELE ESCOLHEU VOCÊ !
Max Lucado
Graça,adorei estas uvas no fundo do layout!Me lembrei de uma ou duas parreiras que meu pai teimava em cultivar em nosso pomar.
ResponderEliminarÉ sempre chegar a um blog e encontrar um layout novo, pois foge a mesmice que me cansa um pouco.
Um beijo
Emilinha
Um texto surpreendente e de grande qualidade. Parabéns!
ResponderEliminarOlá minha amiga! Peço-lhe perdão de andar distante. Adorei o seu texto descrito e escrito com mestria e adorei o novo visual do blog está lindissimo como o Outono que se aproxima de mansinho. Um grande beijo com carinho.
ResponderEliminarUma linda historia...mas penso que nunca é tarde para voltar a amar...
ResponderEliminarBeijo d'anjo
Como sempre gosto das suas histórias, tão bem contadas.
ResponderEliminarQuando publica o seu livro?
Monhé
Graça, uma narrativa gostosa, nos leva junto a refletir, ler mansamente sem pressa, minha avó tinha um panelão horroroso, meu avô tirava a tampa e cheirava hummmmm.......o dia inteiro no fogão a lenha, toda preta horrorosa, mas quando a gente ia comer era hummmmm.....hoje penso, eu queria aquela panela pra mim....rsssss......borbulhava alí a alquimia do amor, e eu só pensava na panela horrosoa.....é assim mesmo.....bjks....boa semana. grata por suas visitas......Gil
ResponderEliminarOlá Graça, bela história...Espectacular....
ResponderEliminarCumprimentos
GRACINHA: passei e deixo-te um beijo...
ResponderEliminarMª ELISA
Um luxo, ter uma vizinha assim.
ResponderEliminarGostei da narração e do ar de pensativa dessa vizinha.
Uma prova evidente de que as aparência iludem.
...aquelas panelas de três patas, pretas por fora e riquíssimas em paladares por dentro.
Um grande abraço
Umas melhores histórias que você engendrou, ou sonhou, tampouco importa.
ResponderEliminarComo somos múltiplos ao ponto de nos colocarmos no papel de escritora, encantadora dos jovens; ou de mulher de senhor general, temidas pelos empregados. Causando um sutil ou expresso asco pelas mesmas jovens que a amavam em forma de folha de papel coladas, com tinta negra em linhas horizontais e numeradas.
Emocionante, instrutiva e emotiva. Ao mesmo tempo você abarcou os nossos mundos, sonhamos juntos. Meus parabéns. Beijos e haja bem.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarQuerida Graça...
ResponderEliminarTodos nos nos esquecemos que atrás de uma velhinha cheia de manias, existe a jovem sonhadora que ela foi.
O corpo envelhece, mas o coração permanece sonhando como se tudo fosse possível.Ela não vive mais o que sonha, mas nada lhe impede de escrever .
E voce, com uma sensibilidade impar, encantou-nos com essa tocante história.
beijos
"Os mais verdadeiros e os mais vivos amores são sempre os mais inesperados." (André Maurois)
ResponderEliminarFeliz fim de semana pra ti
Bjs
Livinha