
Há qualquer coisa de solene na despedida de um ano. Não é apenas mais um, é também um a menos.
Procuro tomar-lhe o peso. E, feitas as contas do deve e haver, dou-te graças Senhor da vida, que me susténs e me conduzes.
Nem sequer te pergunto por quantos anos continuarei a contar os passos do sol.
Sei que um dia, como meu pai, partirei num pequeno navio e que me fundirei no corpo da terra. Peço-te apenas que possa então dormir o sono vertical das árvores.
A luz dói à sombra. Retira-lhe a máscara. Descobre-lhe o olhar inquieto, a ambiguidade dos gestos, a mentira das raízes. Por isso, a sombra, em bicos de pés e com subtis artimanhas, repele a luz. É esta a nossa dialéctica quotidiana.
Por isso, neste novo ano, queria ser como essas plantas que fogem da sombra e à procura da luz erguem o seu caule;
Perseguem um sol que não conhecem, mas a seiva é dele sinal e memória.
Somos tão grandes, Senhor, quando capazes de proclamar o dia em plena noite; de sofrer sem chamar pela morte; quando capazes de ouvir cantar as galáxias e celebrar a beleza, a tanta beleza que há no mundo.
Senhor, a tua bênção para nós…este ano!
Procuro tomar-lhe o peso. E, feitas as contas do deve e haver, dou-te graças Senhor da vida, que me susténs e me conduzes.
Nem sequer te pergunto por quantos anos continuarei a contar os passos do sol.
Sei que um dia, como meu pai, partirei num pequeno navio e que me fundirei no corpo da terra. Peço-te apenas que possa então dormir o sono vertical das árvores.
A luz dói à sombra. Retira-lhe a máscara. Descobre-lhe o olhar inquieto, a ambiguidade dos gestos, a mentira das raízes. Por isso, a sombra, em bicos de pés e com subtis artimanhas, repele a luz. É esta a nossa dialéctica quotidiana.
Por isso, neste novo ano, queria ser como essas plantas que fogem da sombra e à procura da luz erguem o seu caule;
Perseguem um sol que não conhecem, mas a seiva é dele sinal e memória.
Somos tão grandes, Senhor, quando capazes de proclamar o dia em plena noite; de sofrer sem chamar pela morte; quando capazes de ouvir cantar as galáxias e celebrar a beleza, a tanta beleza que há no mundo.
Senhor, a tua bênção para nós…este ano!