segunda-feira, 22 de junho de 2009

Férias


O mar tinha duas tonalidades – tal como a vida! Uma, de um azul cinzento carregado e outra num verde luminoso como a esperança. As ondas bordadas de branco alteavam-se numa força vitalizadora para depois se espraiarem na areia doirada, preguiçosa e sonhadoramente.

Sempre gostei de contemplar este mar que me diz muito. Fala-me de coisas que eu até já havia esquecido e a sua cadência lembra-me que, a toda a hora é preciso recomeçar...
Mas estou de férias! Será que até em férias é preciso recomeçar? Claro, como o mar. As horas encadeiam-se e desfazem-se, para logo se formar a seguinte – como as ondas do mar. O ciclo da vida não pára só porque estamos de férias e na vida, nada se perde, como as ondas do mar... Formam-se as ondas, desfazem-se as ondas mas a água permanece sempre a mesma, anos vêem, anos vão, mas a vida que se viveu não se perde, nem se some – fica em nós.

As férias passarão mas virão outras... cadenciadas como o mar. E tantas recordações que ficaram. Horas felizes, experiências, lições, beijos trocados e sonhos, tantos sonhos arquitectados. Seja como for, é vida vivida que faz parte de mim própria.
É por isso que gosto do mar. Compromete-me a estar comigo própria e em cada salpico de água, mesmo na crista da onda, lá vêem as recordações todas, as horas feitas e desfeitas, as descobertas, os fracassos e as ilusões.

É tempo de pensar, tomar decisões... para recomeçar! De novo, como as ondas do mar, num ciclo azul cinzento das horas difíceis e noutro, verde esperança das horas alegres e partilhadas.
Férias que se sucedem – vida que permanece... como as ondas do mar.

3 comentários:

  1. Anónimo disse:
    Lindo de se ler e sugestivo de se ver! Boas férias.

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  2. Recordo tão bem a praia da Zalala e o caminho que se fazia até lá :)

    Beijinho para si

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  3. Parabéns pelo que escreveu e boas férias... se fosse possível no Zalala. Monhé

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