segunda-feira, 29 de junho de 2009
Manta de Farrapos
Quando no teu peito
Arder a revolta
E um desprezo infinito
Pelos que traíram,
Quando com língua perversa
Fizerem da tua vida
Assunto de conversa,
Quando tiverem pena de ti
Por não seres menos do que és
E por calcares aos pés
A falsidade de que se alimentam,
Quando aqueles a quem chamas irmãos
E de quem gostas,
Vierem mais tarde a apunhalar-te
Pelas costas,
Quando vires sucumbir à tua beira
Um a um, os teus
Sem lhes poderes acudir,
Quando a tua alma inteira
For só cicatrizes
Que novo golpe fizeram rebentar,
Quando já não tiveres lágrimas
Para chorar…
Então!...
Pega nos pedaços
Da tua alma em carne viva
E do teu peito nu
Faz com eles uma coberta de trapos
E agasalha na tua manta de farrapos
Um, mais pobre do que tu!
- Autor Desconhecido
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Lindo e humano este poema. Sentidamente, humano! Monhé
ResponderEliminarViva
ResponderEliminarO poema "Manta de farrapos" é da autoria de Maria Teresa Andrade Santos.
Cumprimentos,
J. Sousa
Lindíssimo este poema que me diz muito.Quando criança frequentava a Colónia de Férias da Cuf em Almoçageme- Colares e uma senhora que penso seria a Diretora na Altura e que gostava muito de mim, me ensinou para eu recitar nas reuniões de convívio dos colonos.Pela vida fora sempre esteve presente este poema, recitando-o sempre que me era solicitado.Soube só agora que a sua autora é Maria Teresa Andrade Santos.Obrigado Graça Pereira por me o fazer lembrar.
ResponderEliminar