“Olha!”, disseste-me. E vi as nuvens ameaçadoras aglomerarem-se e rolarem e escurecerem e o céu a tornar-se azul e os relâmpagos prateados a rasgarem a escuridão de alto abaixo.
“Olha!”. E vi os gansos a cruzarem os céus, batendo as asas contra o ar da noite e chamando uns pelos outros conforme passavam.
“Olha!”. E vi a quietude de um lago explodir num tremeluzir de peixes caçando as migalhas que lançáramos.
“Olha!”. E vi um céu salpicado de estrelas. E o brilho da geada nas lâminas das ervas.
“Olha!”. E vi as pequenas coisas que me poderiam passar despercebidas. As vagens de pimpinela escarlate,
as perninhas frágeis como arame de um pisco sociável com o seu olhar atento,
os redemoinhos na orelha de um gatinho,
as teias de aranha ornamentadas de orvalho espalhado pela sebe, os mergulhos e rápidos voos das libelinhas, a fuga apressada dos escaravelhos, o frémito dos bigodes de um rato,
o verde nariz arrebitado de um jacinto furando através do solo.
Deste-me alimento, conforto e amor. E deste-me as estrelas.
(do livro “Mãe” de Rosanne Brown; fotos de Nuno Machado)
PARABÉNS NUNO PELAS TUAS FOTOS!
ResponderEliminarFARIAS SUCESSO NUM CONCURSO.
COMO O TEXTO É ÓPTIMO, DIZ A CARA COM A CARETA!
JOÃO P. PEREIRA
Olá!
ResponderEliminarAcabei de publicar a tal fotografia antiga (decerto) de Quelimane. Seria bom que a Graça conseguisse identicar o local ou alguém…
………
PS.: A poesia sobreviverá. Mas soube (só agora) do falecimento do Heliodoro Baptista, há muitos anos residente na Beira mas de Quelimane (do Inhassunge).
Comecei a ler hoje os textos do seu blog.
ResponderEliminarApenas cheguei ao da descrição da festa do baptizado da sua afilhada Esperança.
Depois de cada texto lido,uma vontade louca de apenas de dizer:OBrigado!...pelo amor á nossa terra, pela sensibilidade que me tocou e encantou, o que me leva a ter o desejo de cá voltar sempre! Paula
Olá Ana Paula
ResponderEliminarQUE BOM RECEBER A VISITA DE ALGÚEM DA NOSSA TERRA NUM DOMINGO ENCOLHIDO PELO TEMPO. É COMO RECEBER PEQUENAS SEMENTES DE SOL QUE FARÃO NASCER NOVOS RAMOS NESTA ÁRVORE INTEMPORAL QUE SE CHAMA SAUDADE.
Um beijo
Graça.
Regina Maria disse:
ResponderEliminarOlá!
Adoro consultar o teu "blogue".
Em breve enviar-te-ei fotos dessa terra onde vivi parte da minha adolecência.Recordar é sempre bom.
Parabens pelas fotos que nos facultas.Obrigada, Um beijo.
Olá minha amiga do carreiro!
ResponderEliminarAquilo não é um pisco,é um pardal...
Um beijo
POTT
Olá Regina
ResponderEliminarTem outro sabor escrever quando sabemos que os amigos estão atentos ás mensagens que lhes enviamos. Obrigado. Espero pela tua colaboração.
Um beijo Graça
Olá Pott
ResponderEliminarNão o sabia ornitólogo!
Noentanto,vejo que percebe pouco de flora, é que, como pode ver, o texto fala de um jacinto,e, na foto, surpresa das surpresas,está uma rosa...
Afinal,na simbologia, tudo é permitido! GRAÇA
(JP)2
ResponderEliminarO Nuno ficou contente com a tua apreciação sobre as suas fotos. É preciso não esquecer que tu és um mestre na pintura e potanto, muito mais válido o teu comentário. Beijocas Migá
Essa da rosa fugiu-me.
ResponderEliminarNão sou especialista,mas embora não saiba distinguir um jacinto, ainda sei o que é uma rosa.
Quiz dizer uma graça e fui apanhado.
um beijo