quinta-feira, 7 de maio de 2009

O “Meu” Café


Gosto do meu núcleo do café! Talvez não sejam amigos… apenas conhecidos e companheiros já de muitas horas. Partilhamos pedaços das nossas vidas, as notícias do dia, a carestia da vida, a famigerada crise e até futebol! Gosto destes momentos e preciso deles. Tenho uma mesa “cativa” de onde vejo o mar, onde, por respeito, já quase ninguém se senta. Aí escrevo muitas vezes, leio e até rezo! Sim, porque Ele está sempre comigo e vejo-O muitas vezes à minha frente tomando café comigo, intervindo num silêncio que às vezes me incomoda. Tenho receio que o oiçam quando me chama à razão: ” Não devias ter dito aquilo, não rias tão alto, olha a tua atitude…” E não é que às vezes tem razão? Que raiva! Mas não o posso deixar em casa sob pena de me azedar o dia todo. Faria perguntas intermináveis quando eu chegasse. Os meus companheiros de tertúlia não sabem que Ele anda por ali entre as mesas simpáticas do “nosso café”… Talvez as crianças o sintam porque elas esboçam sorrisos de ternura e ficam com o brilhozinho nos olhos como se vissem alguém que já conhecem há muito tempo…


Há quem afirme com desdém que o “tempo do café” não passa de horas perdidas, sem nexo, da novela da coscuvilhice… Como se enganam! Quantas vezes de uma maneira simples, com uma palavra amiga, somos anjos invisíveis uns para os outros. Lembro-me de ter lido, há tempos, num livro qualquer: “Um anjo é alguém que nos faz sentir… GRANDES! Bem-aventurados os que têm a mania de fazer os outros felizes…


1 comentário:

  1. Olá, minha amiga do carreiro mágico!

    A idéia de um café filosófico pode parecer estranha: como seria possível debater filosofia no meio do barulho e da agitação de um café? Com a intenção de torna-la mais acessível a todos,
    o já falecido filósofo francês Marc Sautet criou na praça da Bastilha no final de 1992, o café filo, que era realizado no Café dês Phares. Assim, nas manhãs de domingo, franceses de várias profissões, ávidos por pensar o mundo e os acontecimentos cotidianos encontravam-se para filosofar, no ambiente descontraído de um café.
    O café é um local de entrevistas e conspirações, de debates intelectuais e mexericos, para o flâneur e o poeta ou metafísico debruçado sobre o bloco de apontamentos.
    Parece-me que é nos cafés que a imagem da realidade se vai clarificando.

    Um beijo POTT

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