A minha rua era uma rua com muito movimento! Chamava-se José Bonifácio da Silva e eu morava no número 40, primeiro andar! Se atendermos a que, nessa rua, ficavam dois grandes clubes, o Sporting e o Benfica, dois cinemas, a Câmara Municipal (sala da visitas da cidade), o Palácio das Repartições, a Escola Primária Vasco da Gama e várias lojas comerciais de renome, teremos a ideia do corrupio de trânsito de automóveis e de pessoas que zumbia todo o dia, para cima e para baixo, até altas horas da noite, a entrar pela madrugada, com a saída dos cinemas e das esplanadas onde se ia buscar o fresco necessário para o calor da cama.
Gostava da minha rua onde a amizade era céu azul e os sorrisos pequenos pardalitos a oferecerem-se generosamente. Os perfumes cruzavam-se como canções: era a mangueira do lado carregadinha de frutos maduros, as buganvílias de todas as cores e as acácias floridas de sangue juncando os passeios, numa sinfonia misteriosa em que cada nota era uma promessa.
O Cinema Águia.
Os vizinhos do lado e do rés-do-chão eram amigos com quem se partilhava o pão e a palavra.
Os do lado eram praticamente como família, com quem se dividia, nos dois sentidos, a lágrima e a alegria. A senhora tinha sido minha professora de piano durante anos e deliciava-me ver as suas mãos pequeninas como borboletas poisadas nas teclas fazendo vibrar uma Marcha Turca ou o “Voo do Moscardo”.
Todos os resultados de receitas de culinária, experimentadas ou repetidas, cruzavam-se invariavelmente entre as duas casas.
- Vizinha, ó Vizinha! - E a voz um pouco estridente feria os tímpanos de quem passava.
O meu pai, sempre com a sua calma e alguma picardia, dizia para a minha mãe:
- Vai lá depressa à varanda antes que as mangas, abaladas, acabem por cair todas…
A minha mãe, do redondo da nossa varanda, respondia-lhe:
- Estou aqui vizinha, estou aqui!
- Olhe, o Ossane (empregado) foi agora aí levar uma taça de sonhos de abóbora que a Gracinha gosta muito.
- Oh, não é só a Gracinha... gostamos todos e a vizinha fá-los com mão de mestre. Quando puder, há-de me dar a receita.
- Que não seja por isso. Se tiver aí um papel e uma caneta à mão, digo-lhe mesmo daqui.
Já o meu pai ia chegando com um pequeno bloco e uma caneta…
- Ah, estavas a ouvir…
- Mas quem é que não vos ouve? Se não fosse eu alguém da rua viria cá trazer o que precisas, de certeza! - Brincava o meu pai.
- Ora então aponte lá: põe-se a cozer a abóbora na véspera e no dia seguinte tem que a…
- Ó vizinha, não ouvi, passaram agora muitos carros… repita por favor.
E aquilo que podia ser escrito em cinco minutos na casa de uma ou da outra demorava mais de uma hora, com paragens constantes de acordo com o movimento da rua. Mas não havia volta a dar-lhes. Era um ritual que elas cumpriam com fios de paciência a compreensão. Cada palavra dita de varanda para varanda tinha um sabor que se bebia devagar.
Passados dias, o nosso empregado veio dizer à minha mãe que estava uma senhora na sala para falar com ela. Como tinha um atellier de costura, a minha mãe pensou tratar-se de uma cliente. Quando chegou à sala viu uma cara desconhecida que, de pé com um bloco na mão a aguardava. Deve ser alguém recomendado por uma amiga - Pensou a minha mãe.
- Sente-se por favor e diga-me em que a posso ajudar.
A outra, meio abespinhada respondeu:
- Sabe, é que fiquei com os sonhos estragados porque não consegui apanhar a receita toda. Havia muito movimento na rua e eu não percebia completamente o que a sua vizinha dizia… e antes que fique novamente com a abóbora em pedaços…
Sem comentários!!!
Quando ia de férias era um dos mimos que recebia. Mas imbatíveis eram os bolos que a Florinda Gonçalves nos enviava! Sem esquecer aquele petisco que por engano o Guerra de Namacata me levou! Conto isso nos meus "Contos Vividos".
ResponderEliminarDaquela varanda, no recôndito do redondo florido, também se ouviam conversas curiosas de quem parava e se sentava no muro, na convicção de que só a noite os escutava!...
Beijocas.
Que texto lindo, deu até saudade de algo que nunca conheci. bjs
ResponderEliminara minha rua
ResponderEliminarhabita comigo
no espaço
e no tempo
escondida num mangal em flor
onde esvoaça
a águia e a garça
entre o sussurro
de um pássaro
o vibrato e o cantato
de um piano dedilhado
com amor
das vozes tecidas
entre varandas
visitada por estrelas
e doces sonhos
de abóbora
e de cor
Da minha rua aqui no Estoril, das outras ruas onde fomos felizes
Um beijo para a Graça
Manuela Baptista
Graça,
ResponderEliminarGosto muito de passar por aqui, viver por aqui...
abraços
Hugo
Nosso-Cotidiano
Graça,
ResponderEliminarEste teu texto é um traço poético sobre memórias, um encanto para quem o lê. Fez-me andar para trás e lembrar-me da lavadeira que me fazia doces de coco e jinguba, como só ela!
Quando cheguei ao fim dos SONHOS fiquei com pena da senhora a que se lhe estragaram os sonhos e ficou com a abóbora em pedaços!:)
Um abraço
Graça
ResponderEliminarPorque sonhar é fácil
deixo uma "cestinha "especial...
um beijo
+++++++++++++++++++++++
CESTINHA
Cestinha da fruta…
De metal e asas largas…
Cestinha linda….
Que tão bem cheiras.
E o teu aroma…
Espalha-se pela casa toda…
Porque aqui nesta cestinha…
Eu encontrei…
O meu lindo abacate…
Verde e elegante…
A dona manga bem madurinha
Fica toda vaidosa…
Depois, dois lindos maracujás…
Muito roxos…fazem companhia…
E tu Ginguenga
Vermelha e oval…
És apenas o contraste…
E a fruteira
Tem também…
Duas lindas goiabas…
Doces…
E com um cheirinho.
Que se junta aos outros…
E se estende pela sala…
E tu… Fruteira…
Continuas a deliciar…
Lili Laranjo
Boa tarde, Graça.
ResponderEliminarNote que te visito ao menos 3 vezes por dia. Mas nossas lembranças são nosso maior tesouro, bom quando podemos guardar em um livro, sempre que sinto cheiro de bolo lembro de minha mãe, agradeço a Deus por ainda ter essa memória olfativa. Cada dia que venho aqui te conheço um pouco mais e confesso cada dia gosto mais e mais de ti. Que nossos espaços resistam ao tempo e que possamos sempre tomar um café, um porto ou um chá, reunirmos a manuela e Jaime e dar boas risadas.
Beijo
Renata
Então Graça e o chá vai ser onde?
ResponderEliminarFernando Noronha, perto da Alegria?
no meio do Oceano Atlântico, ou no Índico?
Talvez no País das Maravilhas com a Alice e o Coelho apressado...
Quem sabe?!
um beijo
Manuela Baptista
Munhamade
ResponderEliminarRealmente, Quelimane, era uma terra de partilha onde a Amizade era ponto de honra. Lembraste bem a Florinda, a Cândida Melo, a Lusitana, a Maria Papoila, são as que de momento me vêm à memória. Recordações doces...como esquecê-las? Um beijo Migá
Manela
ResponderEliminarEmocionaste-me com o teu poema da "tua rua para a minha"Mais uma descoberta: a menina, é também poetisa! Que coisa linda tu fizeste com o mote. De todo o coração: Obrigada! O chá com a Renata, fazemos assim: nós, é ás 17 horas em ponto e ela, em sintonia connosco e atendendo á diferança horária, toma-o para digerir o almoço e está tudo reunido virtualmente.
Se mesair o euromilhões (hoje nem joguei..) o encontro será no INDICO, sem dúvida!!
Por falar em chá, estás melhor? Põe-te fina, que eu quero ler as histórias maravilhosas que debitas no blog! Um beijo amigo e muito grato Graça
Renata
ResponderEliminarTu és uma querida! Apaparicas-me com os teus mimos. Esta Amizade, é para continuar porque ela vence diferença de fusos, ultrapassa um oceano, chega numa estação do ano ao contrário, tudo...para estarmos juntas. Não é bonito?
Quanto ao chá com a Manuela e o Jaime, lê a resposta que dei á nossa Amiga que é também para ti.
Hoje, ainda vou dar um saltinho ao teu canto para ler as coisas bonitas que tens por lá. Então, até mais logo! Um beijo Graça
Lili
ResponderEliminarQue linda cesta de frutas tropicais trouxeste para a minha sobremesa. Tudo tão bem ordenado a condizer com a rima, com a amizade e com a ...saudade!
Um beijo muito amigo Graça
OK, Gracita
ResponderEliminarestá combinado!
Manuela Baptista
Olá
ResponderEliminarLi e voltei a ler o teu texto, senti saudades da minha infãncia...e a tua deve ter sido maravilhosa, quase me apeteceu ir até ao redondo da tua varanda!muito lindo!
Bjs
Graça
ResponderEliminarÉ muito bom para mim ler o que escreves, eu sou um pouco preguisoso a ler, mas ler os teus textos não me custa nada, é como se eu tivesse vivido tudo isso.
Um computador tem menos memória que essa cabecinha.
bom fim de semana
um beijinho, José
"Há coisas encerradas dentro dos muros que, se saíssem de repente para a rua e gritassem, encheriam o mundo "
ResponderEliminarBeijo querida amiga.
:) Caso para dizer... deliciosa esta sua história! E já agora, não há a receita aí para partilhar também? :)
ResponderEliminarbeijinhos
OLA AMIGA DULCE....OBRIGADA PELAS PALAVRAS AMIGAS QUE DEIXOU NO MEU BLOG....UM GRANDE BEIJINHO
ResponderEliminarBem...agora fiquei curiosa acerca da receita!
ResponderEliminarLindo texto,lindo,lindo!
beijinhos!
Amigos:
ResponderEliminarEu prometo que publico a receita (celebre) dos "Sonhos de abóbora". E vão ver que é uma delícia. beijos Graça
Graça.
ResponderEliminarmuito interssante esse texto
viaguei por essas ruas contigo, linda a foto do cinema, traz saudades, com disse a Cris sem nem mesmo conhecer.
beijo
Obrigada
ResponderEliminarPor mais uma vez, colorir as memórias da minha infância.
Saudades...pois. Como a compreendo,Graça
ResponderEliminarMuito bom este texto, que nos incentiva a viajar consigo.
Beijos e bom fim-de-semana
Bom dia Graça hoje é Sábado e de muito calor.
ResponderEliminarEste teu post tão belo e com o nome que muitas vezes vem à minha ideia quase que me faz viajar no tempo destes lugares.
Sonho com tanta coisa que, se a vida andasse para trás o meu sonho era estar viver recordando momentos inesquecíveis apesar de muitas contrariedades terem passado por mim mas, tudo era diferente, quase como um paraíso em tempos de acalmia pura.
Escrevo pelo que vi
Falo pelo que passei
Relembro tempos tão belos
Será que os de novo verei?
Outrora naquele sol da manhã
Onde o raiar era puro
A natureza era farta
Naquele chão de tão duro
Manga, Papaia Ananáz
Frutos saborosos ao come-los
Abundância era o forte
Jamáis difícil esquece-los
Óh que alma que não esquece
Água correndo de um alambique
Uma água curandeira
A tão pura de Moçambique
Bjos, bom Domingo com um cheiro além mar e muitas felicidades.
Mais uma vez chega o final de semana, e não poderia deixar de vir mais uma vez, ler tuas histórias de encantar e te desejar um lindo final de semana.
ResponderEliminarbeijos
Suas narrativas são as próprias promessas daquelas felicidades apenas anunciadas. Coloridas, vigorosas como as vozes, emocionadas como as receitas, ou sérias como as visitantes. Narrativas poéticas e dadas para cantar, posso dizer. Permita-me dizer.
ResponderEliminarComo já disse, com muito sabor alguém lá em cima, dão saudades daquilo que não conhecíamos.
Hoje ao acordar, vi o seu comentário e a sua lembrança; depois em sequida, a primeira foto que me aparece, também comemora o amarelo. E resolvi agradecê-la aqui pelos textos, e lá pela lembrança. Muito obrigado, sempre. Beijos. Felicidades sempre.
Olá amiga !!!
ResponderEliminarGracita, deliciosamente bonito !!!
Com que então a menina aprendeu a tocar piano ?.. muito bem, muito bem ...LOL
É encantadora a forma como escreves as tuas histórias... Linda moradia, sem dúvida. Gostei do humor do teu pai e sobretudo do final da história...LOL
Bom fim de semana...Beijinho
Norberto
Entrei por puro acaso. E fiquei completamente encantada com estas recordações, verdadeiro poema na prosa cristalina e fluente. Adorei.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana
Graça
ResponderEliminaro mundo é grande mas é bem pequenino cabe na palma da mão... e vamos-nos cruzando todos
estas coisa nunca são por acaso... vim ontem trazer-te a cestinha de fruta para matar...saudades.
um beijo
Graça
ResponderEliminarQue delícia de contação de história de tua vida. Adorei e me lembrou minha avó.
Também fiquei curiosa sobre a receita :-)
Beijo grande.
Adorei seu recado deixado no Louvor a Deus!!! Obrigada pela visita e por tornar-se nossa seguidora.Parabéns pelo seu seu blog, muito interessante!!!
ResponderEliminarVolte sempre.
Paz e graça com o Senhor.
Beijos de luz.
Eliane
graça, minha querida!
ResponderEliminaramei seu texto, como todos, fez-me lembrar de uma época muito boa na casa da mãe, há longo tempo, vc escreve sobre o cotidiano com tanta "graça" - e, o final, então lindo.
tenha um final de semana mágico.
bjkinhas no coração....
Este texto fez-me profunda tristeza.
ResponderEliminarQuelimane, a Quelimane aqui descrita já não existe.
Na realidade esta Quelimane também só parcialmente existiu.
Noutro blog verifiquei que o cinema Águia foi totalmente destruído (restando apenas as paredes), sem qualquer motivo, sem qualquer objectivo apenas pelo prazer de dar vazão à barbárie.
Foi um momento de dor no coração.
Lá cresci, lá namorei, lá vi o meu primeiro filme para dezoito anos (que aliás não tinha) na companhia de três grandes amigos, eram o Ciano, o Zeca Santos e o João Galvão.
Era um filme do Elvis, vejam bem!
Só ruínas, que desolação.
Conheci muito bem a Maria da Graça Pinto Pereira.
Era e é, embora não a veja há quase quarenta anos, uma pessoa encantadora muito simples, muito romântica, muito amiga e linda e alegre.
Tinha todas as qualidades e mais esta, a de escrever muito bem, que eu não conhecia.
Coloca muito romantismo nas suas escritas e vê tudo com um olhar cor-de-rosa.
Quelimane não era bem isto, era uma cidade pequenina, calma e com muita amizade, mas onde os grupos sociais estavam muito bem estratificados.
Tenho a certeza que um dia que perca a veia Júlio Dinis nos vai dar textos memoráveis mais ao estilo de Torga.
Desculpa ir tão grande, se quiseres deita fora.
Um grande beijo, linda garota.
Anónimo
ResponderEliminarTenho pena que não assines o teu nome! Este Quelimane que eu recordo, claro que já não existe porque se existisse eu, não estava aqui, podes crer! Se reparares bem o que eu conto ( e que é verdadeiro) passa-se na esfera familiar e de amigos muito chegados com quem convivi muito e que me marcaram com histórias como estas e muitas outras que estão na minha lembrança.
Claro que ha via classes sociais, como em todo o lado, mas não tão estratificadas, como dizes. Eu, falava com toda a gente da cidade, agora conviver "dentro de portas" também não me interessava muito. Se houve algo que me preocupou toda a vida, foi a escolha dos Amigos.
Lamento, meu caro que não tenhas trazido recordações tão cor de rosa como as minhas. Mas, ao estilo de Torga, podes começar a desenrolar as tuas com um tremendo "Requiescat in Pace" Um beijo Graça
Passei para fazer a minha visita de sempre...
ResponderEliminarAproveito para agradecer também a sua visita e o carinho que me dispensa sempre
O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis...
Tenha um bom domingo cheio de coisas boa
Beijinhos
Minha querida amiga Graça.
ResponderEliminarTodas as pessoas transparentes encontram em seu caminho por vezes uma sombra (anônimo) pela frente, não te importa, como já passei por isto te digo, quem de mim gosta tem nome.
E aviso não irritem anônimos minha amiga, pois cá do outro do mar existe um nome que vai te afugentar.
Beijos, um forte abraço minha querida e delete este chato(a).
Renata
Sabes uma coisa?? Entre tantas coisas que poderia dizer, nomeadamente o facto de gostar sempre de te ler, marco o "Gracinha" como sendo o nome que, provavelmente, te chamaria,se estivesse à tua frente! Bate certo com o que penso de ti.
ResponderEliminarBeijo amigo
Susana
Para encerrar a 'polemicazinha' transcrevo de ALBERTO CAEIRO:
ResponderEliminarO Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
..............................................
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
...............................................
Ai que saudade eu senti da minha rua,dos meus amigos e de tudo da minha cidade...Na tua lembrança,eu viajei...
ResponderEliminarLindo texto,feliz memória...
Beeijinhos
Munhamade
ResponderEliminarE o Rio da nossa terra é o mais bonito e o maior porque a sua lembrança e saudade, pertence, afinal,a meia dúzia de memórias como a nossa! Beijo Migá
Graça, que linda descrição do que permanece na tua memória. Ficou em mim a sensação do bucólico, da ternura, da convivênca, da amizade, da simplicidade e solidariedade que tratava no meu blog. É muito bom recordar. E, a propósito, gosto muito dos sonhos de abóbora, muito fofinhos e com molho. Beijinhos.
ResponderEliminarGraça Pereira.
ResponderEliminarDelicio-me na beleza das palavras, entro nas memórias a adivinhar emoções, receitas, conversas de rua dum tempo que marcou vidas. África é uma raíz para ficar na nossa infinitude, a majestade da grandiosidade firmada na cor, nos cheiros e nos sons, felicitações por ser uma memória activa dos sabores de África.
Graça, perdoe a minha insistência, mas até que diga não, volto a convidá-la a ser uma parte da comunidade que criei de língua Portuguesa, ou aconselhe-nos a alguém que sinta a amizade e a poesia dos diversos lugares que foram Portugal um dia.
Já visitou o site http://maresiaspoetasportugueses.ning.com/?xgi=gl8CcDV ?
Dê-me nos essa honra
Beijinhos de amizade
Rua de cataventos vários, como a minha, como a do poeta Quintana.
ResponderEliminarMeu carinho.
Sigamos...
Quelimane era exactamente assim. A Sra do piano seria a D.ª Angela ? Parabéns por estas recordações memoráveis
ResponderEliminarGraça,
ResponderEliminarTens a "graça" de em descreveres cenas de tua infância nos levar ao nosso passado de inocência e paz. Aquelas recordações que nos nutrem e preenchem o que de bom percebemos e só muito mais adiante valorizamos. Mito do que se perdeu pelo caminho, casas, terras, parentes, mas estarão sempre vivos dentro da nossa história, cada vez que alguém como tu, possas nos soprar palavras.
Um beijo de ca do Brasil .
Sandra
Oi, amiga Graça Pereira, uma vez mais obrigado pelo amparo.
ResponderEliminarAbraços!
Graça, quando li o título deste teu belo texto, pensei ir ler algo sobre os sonhos da existência, aqueles que nos acompanham até à hora em que deixamos de acompanhar a vida.
ResponderEliminarNa realidade, o tema versava comida, o que não deixa de ser um complemento dos sonhos que imaginava. Uma coisa te digo, meu bem, em momentos na vida alimentamo-nos dos sonhos, paixões, noutros dos sonhos, comida.
Um beijo para ti e um dia feliz.
Carlos
Zéluis
ResponderEliminarAinda bem que pertences ao grupo (parece-me que poucos...)daqueles que recordam Quelimane como ele era!!! E os que conhecem como tu, sabem que a vizinha era a dona Ângela! Que omiti de propósito, como noutras histórias substitui o nome verdadeiro por um falso. Até agora, só deixei ficar o da Malalo e do Zacarias. Claro que, quem nasceu lá e viveu o período de tempo que eu, se esmiuçar a memória chegará á personagem verdadeira.
Um abração para ti e Kanimambo! Graça
É verdade, minha amiga!
ResponderEliminarHá ruas, casas, lugares, enfim, que nunca nos saem da memória...mas o que gosto mesmo é quando fazes essas narrativas que nos enchem de saudade e o coração começa a doer...
Uma semana de Paz, Graça, pois só com a sua graça de ser podemos a mesma obter!!!Bjssss
Encantadora Amiga:
ResponderEliminarEscreve deliciosa e soberbamente. Um prodígio da literatura da Blogosfera. Fascina. Arrebata. Maravilha.
"...Gostava da minha rua onde a amizade era céu azul e os sorrisos pequenos pardalitos a oferecerem-se generosamente. Os perfumes cruzavam-se como canções: era a mangueira do lado carregadinha de frutos maduros, as buganvílias de todas as cores e as acácias floridas de sangue juncando os passeios, numa sinfonia misteriosa em que cada nota era uma promessa...."
"Isto" é fabuloso. Entendeu "Fabuloso"...?
Beijinhos amigos de um respeito imenso.
Sempre a admirá-la e a estimá-la de fora gigantesca.
pena
Bem-Haja, notável amiga enorme.
Adorei. Sem mais palavras...
OLÁ GRAÇA
ResponderEliminarSó hoje li a sua resposta...
Com que então, uns amigos seus de Matosinhos estiveram lá e gostaram muito. Que feiz me sinto!
Já só faltam 4 dias e meio, por isso, eu também conto que consiga lá ir até dia 2 de Outubro apreciar a Exposição e deixar umas palavras no meu livro de visitas.
Quero-lhe dizer que estou completamente rendida à sua escrita e aqui me deliciei com as suas histórias de vida passadas em Quelimane.
Parabéns pelo seu talento.
Beijinhos com carinho.
Que FELIZ me sinto!!!
ResponderEliminarEsse ponto de encontro, essa alegria partilhada e a amizade familiar unia cada vez mais os vizinhos, o q hj não acontece, pois raramente se cumprimentam...adoro ler o q vc escreve.
ResponderEliminarmil beijinhos!
antigamente as pessoas eram mais terra a terra mais coração, hoje em dia estamos a perder essa familiaridade que havia, sabe bem reviver o passado.
ResponderEliminarbeijinhos
Olá!
ResponderEliminarLembro-me muito bem da tua rua e ainda mais do cinema Águia, onde também vi entre outros filmes os do Elvis. Mas, ao ler o teu texto senti o aroma dessa árvore de fruto que dá as mangas.
Um beijo.
Regina
Simplesmente genial! Graça, você teceu com muita graça uma crônica envolvente, preenchida por cenas que remetem a uma nostalgia vivida por muitos de nós aqui no Brasil também.
ResponderEliminarTenho a sorte de residir numa cidade pequena, onde os vizinhos ainda vêm às nossas casas pedir emprestada uma xícara de açúcar...
Parabéns por sua linda literatura!
Desejo-lhe uma ótima semana. Um grande beijo.
ah memórias, velhas memórias...
ResponderEliminarAo ler este texto senti as saudades de algumas memórias, momentos vividos já num passado longínquo, mas.. ao mesmo tempo tão presente, como se tivessem sido apenas ontem!..
Algumas, ficarão nas nossas memórias para eternidade, outras.. mais vale enterrá-las de vez.
Obrigado por este regresso ao passado, que por vezes é necessário realizá-lo para que possamos no presente melhor entender (ou enfrentar) o futuro.
Envio-te no presente um sopro de beijos com um pedacinho de sabor a passado,
CR/de
Graça minha querida, bom dia.
ResponderEliminarSegunda-feira, acho tão louco isto de uma semana começar na prática no segundo dia, mas, fazer o que?
Ontem me aborreci pois minha conexão estava falha, reclamei com a operadora e tentaram me dar um nariz de palhaço, recusei, aqui no Brasil esta uma bagunça, operadoras de celular e residêncial infernizam nossas vidas, o atendimento é dos piores. Contudo hoje é segunda e o que passou simplesmente já embora a vida é mais do que aborrecimentos.
Beijos e um grande abraço.
Renata
Verifiquei erros de ortografia e digitação desculpa é a correria.
ResponderEliminarResidencial - já foi embora.
Se encontrar mais algum me perdoa.
Mais Beijos
Renata
Minha rua em Lisboa era assim quando eu era pequeno.Todos os vizinhos se conheciam e qualquer um de nós entrava na casa do vizinho porque estava sempre aberta!Mas tudo muda e agora não se conhece o vizinho do lado e o conselho é logo não lhes dê conversa porque não sabemos quem são , são os tempos modernos!!!!!!!!!!
ResponderEliminarbeijos Zé Al
Renata, Alegria
ResponderEliminarCheguei agora a casa e que bom encontrar dois "comentários" teus, por um lado, por outro, vi os aborrecimentos que tiveste ontem com a Net... mas não é só aí... ás vezes, é preciso nervos de aço para "aguentar a barra". Quanto à ortografia, está óptima. Eu, quando estou assim, tambem não sei o que escrevo...mas, entre Amigas, não importa nada. Interessa é saber: como estás? A Primavera entrou bem na tua vida?
Sim, desejo que a sintas e a vivas.
Mil beijocas. Logo á noite,passo pelo teu canto .Graça
Nada tem a ver com os SONHOS.
ResponderEliminarTens algo para ti no meu blog.Passa por lá, por favor.
Um beijo e um abraço
Graça
ResponderEliminaré mesmo a hora ... aliás é sempre hora...
è mesmo...Hora de...
Mandar um beijinho para ti...
Graça.
ResponderEliminarGostei muito de passar por aqui,porque se vive e por isso sem dúvida tem vida.
Um beijinho.
Angelino.
Amei a história, devem ter sido momentos deliciosos.
ResponderEliminar"Hoje
ResponderEliminarsei apenas gostar
de uma nesga de terra
debruada de mar" Miguel Torga
Por favor as más recordações, quem as tem que as ponha num baú, e atire para o fundo do mar.
As suas memórias são aquelas que permitem construir um futuro sem rancor. Continue não mude para o mais fácil.
Beijinhos
Auzie
Emocionalmente belo....com gostinho de querer mais e mais....
ResponderEliminarAdemerson Novais de Andrade
Ola D Graça! MuITO OBRIGADA PELA VISITA! Ainda n tive tempo para ler e ver bem o seu blog mas prometo fazê-lo assim que possa! Contudo, já deu para perceber que escreve lindamente bem! um beijinho e volte sempre que assim entender!
ResponderEliminarPaula - Heiligen BLUMMEN
A riqueza do seu relato, coloca-nos no local dos acontecimentos que relata, com tanta graça!
ResponderEliminarSinto saudade desse sítio... que não conheci...
:)
Beijo,
António
Oi Graça, vc é tão presente no meu blog agradeço imensamente. Quando leio os seus textos, tenho a impressão de estar presente na sua linda historia... tão gostoso... otima semana minha linda GRAÇA, vc é especial...
ResponderEliminarbjs
Mônica
Graça, os últimos serão os primeiros.....por isso estou aqui.Vim para mais uma vez agradecer a sua narrativa.Parabéns!!
ResponderEliminarGosto da maneira simples como vc escreve.As coisas mais simples por vezes sao as melhores, coisas que nao nos afoguem em detalhes desnecessários e enfadonhos ou que estejam demasiado complexas ao ponto de ficarem confusas e desinteressantes.
Um bom Dia....Apareça!
Olá Graça!!! Saudade de você.Cheguei.rs
ResponderEliminarAmei sua crônica. Perfeita!!Senti saudade da minha rua , das "artes" [rs] que fazia e dos vizinhos. Bem diferente de hoje, que com a corrida do dia-a- dia e morando em cidades grandes, muitos não sabem "nada" dos vizinhos, não é?
Um beijinho
E.T. Obrigada pelo seu carinho, mesmo durante a minha ausência. Conheci duas meninas de Lisboa e lembrei de você. Umas delas também tem um blog.Vou te enviar o endereço.
Bom dia, adorei seu blog, obrigada pela sua visita, bjs.
ResponderEliminarGraça Passei...por Aqui...
ResponderEliminarAi-u-é...
Que sôdade...
Eu tenho de ti!...
......................
Ai-ú-é...
Que sôdade...
Eu sinto do "antigamente"...
....................
Ai-u-é...
Que sôdade...
Do funge e do pirão...
...................
Ai-u-é...
Que sôdade ...
Eu tenho de ti...
Terra do lado de lá...
...................
Ai-u-é...
Que sôdade...
Da vida livre...
..............
Ai-u-é...
Que sôdade...
Dormir com a porta aberta...
E saber que o dia seguinte...
Vinha tranquilo...
..................
Ai-u-é...
O "antigamente"...
Era mesmo o "paraíso"...
....................
Ai-u-é...
Era também...
Vida livre.___
lili laranjo_____________
Belas recordações, Graça. É como uma viajem a um mundo encantado; tenho aqui, bem pertinho, a minha rua José Bonifácio, a escola Vasco da Gama...rsrs, e moro num Porto: a cidade de Porto Alegre. Fiquei a recordar um monte, também!
ResponderEliminarBom final de semana, também.
Beijinhos, amiga.
Tais Luso
Olá Graça!
ResponderEliminarSó hoje descobri o teu blog e a estas horas da manhã pois estou sem sono...
Sou a Lena Rodrigues filha do Zé Rodrigues8já falecido infelizmente!!) que trabalhou no Benfica e, na Robiallac...e morei na Rua Herois da Zambézia bem junto ao Benfica...
Estudei na N.Senhora do Livramento e, a seguir no Colégio Paulo VI, tenho 2 irmãos, a Rute com 57 anos e, o caçula mais conhecido pelo Tó-zé com 46 anos...A minha mãe é a Angelina que trabalhava em casa, costura, malha etc!!!
Será que és a Gracinha que eu estou a pensar?? Fazias patinagem?? Sabes é que os 50 já estou ligeiramente esquecida heheheh...principalmente das caras e nomes...
Também tenho blogs mas com os meus trabalhos contudo adorava que me visitasses para trocarmos algumas informações e saber se és quem eu penso...
Recordei a minha infância ao ler o teu post e deu uma saudade daquelas bem grandes e jamais poderemos esquecer o que lá vivemos!E a tua escrita transporta-nos aos lugares, visualizando-os com uma perfeição explendida, bem hajas!
Obrigado Quelimanense e presumo que tal como eu com muito orgulho!
Beijinhos grandes
Helena
Graça, vim me encantar com seus escritos e me deliciei com este texto. Adorei!!!
ResponderEliminarBjs
Aproveito para convidá-la a conhecer o meu blog de textos infantis:
mundodashistoriasmagicas.blogspot.com
Ficaria muito honrada com sua visita.
We course of action each using the same pair of bowlers as well as look at the softsphere as opposed to the bowler. (Policy)AkismetThis played with to observe statement fake. Keep in mind that really want switching your faith.And obtain a jiffy in your day.
ResponderEliminarIt's an absolute difference including showmanship pictures Forrest Coach Outlet Store Gump. Some other jurisdictions perhaps have specifications to Cheap Yeezys For Sale gain goal akin to entrances egress. Dan had to New Jordan Shoes be not far from their aunt, That he purported to adam Liptwith regards to residence celebrities school on Jordan Shoes For Sale the grounds that"A tremendously welcoming, Charming mom to be, Absolutely version, Real nice, Your wife attempting four assignments each time to look after them, Yet ben were built with a conventional Cheap Yeezy Shoes ( blank ) to help air force 1 in store out.
Appropriate well she will be very good operatic sopro, Speech instructor, And is also betrothed to any music physical consultant. Stop functioning Entscheidung fiel all over weniger als emarkingem.. Stornoway Michael Kors Outlet Sale is the best the area Cheap Ray Ban Sunglasses on the area and this is an excellent lodging the way there is sufficient of holiday overnight hotel here during nearby general vicinity.
The greatest final result we have noticed are the foregoing year is put together by the slows down all the way through air web site remotes furloughg air. Should you not are autographed right HubPages history, All your private data is anonymized. As for your personal, Additionally your dog paranormal suffers, They are more readily available to be able to you've probabably heard.
From the event bar at a sequence save up only 43% of your could very well revisit your regional economic situation. A depend about the windows causes permission to access the seat and there's a small ram pocket. (Policy)Hubarticles Traffic PixelThis is commonly used to recover important info over website visitors to pages and all these net world-wide-web content..